Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

ESEnfC lidera projeto para prevenção e controlo de infeções associadas aos cuidados de saúde na Ásia

Iniciativa, apoiada por fundos da União Europeia, passa por aperfeiçoar competências de estudantes de enfermagem no Cambodja e no Vietname, com a introdução de materiais pedagógicos inovadores nos currículos de formação superior Melhorar as competências de estudantes de enfermagem de instituições de ensino superior asiáticas em matéria de prevenção e controlo de infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS), assim como no combate à resistência antimicrobiana, constitui o foco de um projeto internacional que a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) está a coordenar.

O projeto, que é cofinanciado por fundos da União Europeia (Programa Erasmus +), conta com seis instituições parceiras: ESEnfC, Instituto Bolyno e Universidade Internacional do Cambodja, Universidade de Enfermagem Nam Dinh, Universidade Técnica Médica de Hai Duong (ambas no Vietname) e Universidade de Ciências Aplicadas de Savónia (Finlândia), que possui vasta experiência no ensino simulado em enfermagem.

Um dos propósitos deste trabalho, a desenvolver ao longo de três anos (terminará em janeiro de 2024), consiste em "acrescentar valor nos currículos dos cursos de enfermagem e de saúde nas universidades asiáticas (licenciaturas e mestrados), através do incremento de métodos educacionais inovadores, desenvolvendo materiais pedagógicos específicos para a área da prevenção e controlo de infeções", refere o professor da ESEnfC, João Graveto, que coordena o projeto Capacitating Asia's Nursing Students on Innovative and Sustainable Prevention and Control of Healthcare-associated Infections [PrevInf] (numa tradução livre, Capacitando estudantes de enfermagem da Ásia em formas inovadoras e sustentáveis de prevenção e controlo de infeções associadas aos cuidados de saúde).

Prevê-se a criação de um modelo pedagógico, de cenários de simulação, de uma escala validada para avaliar a perceção dos estudantes no que respeita ao ensino-aprendizagem neste âmbito temático, de um e-book (livro eletrónico), um website interativo e diversa produção científica.

Segundo o docente da ESEnfC, "existirá um ativo envolvimento de estudantes" daquelas universidades, "bem como de toda a comunidade educativa, na melhoria e criação de novos indicadores» em países cuja «incidência de IACS, ou infeções adquiridas em instituições de saúde, é expressivamente maior" do que nos países europeus.

E "esta realidade é agravada pelo aumento da vulnerabilidade" das populações à "poluição atmosférica nestes países", acrescenta João Graveto, ao notar que tal situação acarreta "necessidades específicas de saúde" dos habitantes, por exemplo no Cambodja. Por outro lado, também a resistência antimicrobiana é uma ameaça à saúde da população mundial.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, "se nenhuma ação adicional for tomada", este problema "deverá causar até 10 milhões de mortes por ano até 2050", sendo que "4,5 milhões dessas vidas perdidas seriam na região da Ásia-Pacífico" (relatório do Escritório Regional da OMS para o Pacífico Ocidental publicado em 2019).

De 1005 consórcios de universidades que, em 2020, se candidataram ao Programa Erasmus +, no âmbito da ação-chave Cooperação para a inovação e intercâmbio de boas práticas – Capacitação no domínio do ensino superior, este é um dos 164 projetos (16% do total de candidatos) que foram selecionados, cabendo-lhe um financiamento de cerca de 905 mil euros.

A equipa coordenadora do projeto PrevInf é composta por João Graveto, Pedro Parreira, Anabela Salgueiro Oliveira, Lurdes Lomba, Paulo Santos-Costa e Beatriz Serambeque.

 

Fonte: 
Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC)
Nota: 
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