Equipa portuguesa desenvolve app para ajudar pacientes com doença arterial periférica
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A tecnologia integra um programa de exercício físico que pode ser realizado em domicílio (Home Based Exercise Therapy — HBET) baseado em percursos estruturados que ocorrem no ambiente pessoal do doente e não num ambiente clínico. “A WalkingPAD é uma ferramenta que ultrapassa limitações ao ser um programa participativo de exercício físico, realizado num ambiente familiar. É por isso mais atrativo, personalizado, eficaz e de muito baixo custo e risco quando comparado com um programa de reabilitação realizado no hospital”, explica Ivone Silva, cirurgiã vascular do Hospital de Santo António e membro do Conselho Científico da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS).
A WalkingPAD inclui um programa personalizado e supervisionado por profissionais de saúde que prescrevem um regime de exercícios semelhante ao dos programas realizados em ambiente clínico. Este plano leva em consideração quatro importantes fatores: o tipo de exercício (como caminhadas), a intensidade, a frequência e a distância.
“A sua fácil monitorização, o necessário feedback e a intervenção motivacional para a mudança comportamental fazem desta ferramenta um verdadeiro recurso de literacia em saúde. Esta tecnologia permite agir na prevenção dos efeitos da doença e a promover a saúde”, defende a Presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde, Cristina Vaz de Almeida.
Do ponto de vista clínico, a aplicação para dispositivos móveis permite importar receitas para que o paciente possa aceder a várias opções de caminhada pré-definidas, apresentando também a opção de caminhada livre. A prescrição médica contempla ainda o número expectável de caminhadas semanais, bem como um limite mínimo de tempo de caminhada. Segundo a coordenadora do projeto, Ivone Silva, existem várias vantagens para o paciente: desde logo a comodidade, porque permite a autogestão da sua caminhada respeitando o horário laboral; a adoção de hábitos mais saudáveis, através da redução do absentismo; e a redução da despesa com os custos associados à deslocação para a instituição hospitalar.
“Trata-se de uma abordagem inovadora para redução de internamentos, cirurgias e sobretudo de amputações, que tem grande impacto negativo nos doentes, nas suas famílias, cuidadores e a sociedade como um todo”, conclui a médica. Futuramente, a equipa ambiciona evoluir a aplicação para um dispositivo médico capaz de analisar padrões de caminhadas recorrendo a algoritmos de inteligência artificial.
Além da especialista em cirurgia vascular Ivone Silva, a equipa é composta ainda por Hugo Paredes, professor associado com agregação do Departamento de Engenharias da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e investigador no INESC TEC; Carlos Veiga, especialista em cirurgia vascular; Susana Pedras, psicóloga da saúde e investigadora; e Rafaela Oliveira, cardiopneumologista.
A app pode ser instalada através deste link.