Enfermeiros avançam com greve geral se ministério não retomar negociações até 4 de julho
Em um ofício conjunto enviado com o Sindicato Independente Profissionais de Enfermagem ao Ministério da Saúde, Pedro Costa recorda que, ao longo dos últimos meses, “o Sindicato dos Enfermeiros – SE sempre esteve do lado da solução e do diálogo”.
“Quando muitos nos pressionavam para avançar para a greve, optámos por continuar a trabalhar e a servir os portugueses, que tanto necessitam do SNS, mantendo sempre a porta aberta ao diálogo com a tutela”, salienta. Mas, sustenta Pedro Costa, “há limites e não podemos continuar indefinidamente a aguardar que o Ministério da Saúde decida quando quer retomar as negociações com os sindicatos dos enfermeiros”.
Em maio passado, recorda Pedro Costa, o Sindicato dos Enfermeiros, o Sindicato Independente Profissionais de Enfermagem e o Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos desafiaram o Ministério da Saúde a retomar a mesa negocial com as estruturas sindicais, com vista à valorização da carreira de enfermagem. O repto foi lançado à margem da II Convenção Internacional dos Enfermeiros, organizado pela Ordem dos Enfermeiros na Figueira da Foz.
“Nesse momento, o Ministro da Saúde comprometeu-se a retomar o diálogo com as estruturas sindicais durante o corrente mês de junho”, o que, reforça o presidente do SE, ainda não aconteceu até ao momento. O líder do Sindicato dos Enfermeiros adianta ainda que, desde esse momento e até agora, “já foram enviados vários ofícios à tutela, mas sem qualquer resposta”.
“Há, entre os enfermeiros portugueses, um crescente sentimento de revolta, uma vez que vemos cada vez mais esfumar-se a oportunidade de valorização da nossa carreira, uma reivindicação que entendemos ser mais que merecida”, assevera Pedro Costa. Sem deixar de acrescentar que os enfermeiros “esperam desde 2017 que seja concluído o primeiro Acordo Coletivo de Trabalho para a classe”.
O Sindicato dos Enfermeiros exorta ainda o Governo a trabalhar de forma antecipada para que, “aquando da elaboração do Orçamento de Estado para 2024, sejam contempladas verbas para a valorização salarial dos níveis remuneratórios dos enfermeiros”. Se tal não suceder de forma antecipada, afiança Pedro Costa, “já sabemos que nada vai ser contemplado e que, na altura de discussão do Orçamento vão sempre surgir dificuldades de última hora, que vão adiar mais um ano a tomada de decisões”.
Deste modo, as três estruturas sindicais, definiram o dia 4 de julho como a última oportunidade para Manuel Pizarro marcar a primeira reunião. “Se até essa data nada for feito, compreenda o ministro da Saúde que nos sentimos legitimados para decretar uma Greve Geral conjunta, prolongada no tempo, de modo a garantir que os direitos dos enfermeiros são cumpridos e respeitados”.