Associação apela a que se tomem medidas ao nível da política educativa
“É necessário tomar decisões políticas para a Dislexia”, afirma DISLEX
Quarta, 9 Outubro, 2024 - 15:07
No âmbito do Dia Mundial da Dislexia, 10 de outubro, a DISLEX - Associação Portuguesa de Dislexia alerta para a necessidade de serem tomadas decisões sobre a política educativa de forma a identificar e acompanhar os alunos com Dislexia.
“Os alunos com Dislexia estão em todas as escolas do país e cientificamente sabe-se que representam 10% da população escolar. São alunos inteligentes e criativos. O seu cérebro processa de forma diferente os carateres simbólicos, incluindo as palavras escritas. Cabe a cada agrupamento e escola envolvê-los com respostas educativas eficazes: atempadas, cientificamente sustentadas, com resultados consistentes, com frutos duradoiros, capazes de alavancar o seu projeto de vida pessoal e, a par, o país, pelo seu sucesso, suportado pela melhoria do nível de literacia destes cidadãos.”, afirma Helena Serra, Presidente da Assembleia Geral da DISLEX.
A DISLEX reclama por decisões de política educativa a serem tomadas, como por exemplo:
1. Obrigatoriedade da educação Pré-escolar, no referente à idade dos 5 anos, para poder ser feita a devida prevenção nessa etapa. Cuidar de bem desenvolver os pré-requisitos das aprendizagens simbólicas - linguagem, conhecimento fonológico, noções de espaço e tempo, perceção e memória auditiva e visual, motricidade, coordenação viso-motora e atenção - com recurso a prova de avaliação da existência destas competências, antes da iniciação escolar;
2. Revisão do rácio para colocação de docentes de Educação Especial, passando a considerar o seu papel quanto à Dislexia, incluindo dar apoio aos docentes em geral, inseririndo as devidas adequações no processo de ensino-aprendizagem e adaptação da avaliação;
3. Possibilidade de as escolas poderem requisitar recursos humanos -terapeutas, docentes especializados, docentes para os apoios necessários – para a adequada intervenção neste domínio.
A DILEX elenca as práticas habituais nas escolas portuguesas e a sua ineficácia relativamente aos alunos com Dislexia:
- "Muitos casos de alunos com Dislexia não são identificados. Muitos chegam ao Ensino Secundário e Superior sem serem identificados como disléxicos, nem são avaliados;
- A indicação de um caso, em regra, é feita pela descrição dos desempenhos-problema do aluno, pelo docente titular ou pelo Diretor de Turma, sem haver avaliação compreensiva. Ou seja, não é feito o perfil do aluno de desenvolvimento e de realização. Nem se conhecem as áreas fracas ou emergentes sobre as quais haveria que ser feita, precocemente, uma intervenção específica;
- Quando se promove a avaliação só ao Psicólogo cabe fazê-la. A escassez destes profissionais nas escolas, a sua falta de tempo de tempo leva a à não realização da avaliação ou que o resultado chegue tardiamente;
- Mesmo quando há intervenção, é muito frequente ser tardia, curta e inespecífica;
- A grande maioria dos alunos com Dislexia não recebe apoio especializado. A intervenção, quando existe, é um apoio mais individualizado dado por docentes do ensino regular, sem formação em Dislexia, o que se traduz somente no reforço de conteúdos das disciplinas".
Fonte:
DISLEX - Associação Portuguesa de Dislexia
Nota:
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto:
DISLEX - Associação Portuguesa de Dislexia