Dia Mundial da Saúde Oral | 20 de março

Doenças orais afetam cerca de 80% dos cães e gatos com mais de três anos de idade

A saúde começa pela boca, e para os animais de companhia, que exploram o mundo com ela, a atenção deve ser redobrada.

Estudos indicam que as doenças orais afetam cerca de 80% de cães e gatos com mais de três anos.1 Esse problema pode originar condições mais sérias, pois as bactérias presentes na cavidade oral podem entrar na corrente sanguínea e afetar órgãos vitais, como rins, fígado e coração, causando lesões graves.2

A doença periodontal é uma das condições orais mais comuns, afetando cerca de 70% dos gatos e 80% dos cães com dois anos de idade3. Esta patologia é causada pela acumulação de bactérias na superfície do dente, formando placa bacteriana e, posteriormente, tártaro. Este processo provoca inflamação gengival, conduzindo a gengivite e periodontite. Os sintomas mais comuns incluem halitose (mau hálito), eritema gengival, sangramento espontâneo, alterações de cor nos dentes e mobilidade ou perda de dentes.4

A Dra. Rita von Bonhorst, médica veterinária no AniCura Arco do Cego Hospital Veterinário, alerta para a importância de realizar check-ups dentários regulares. “Numa primeira fase, realizamos uma avaliação completa da boca do animal, observando os dentes, mordida e gânglios linfáticos. Também fazemos uma avaliação geral da saúde e, como antes de qualquer anestesia, exames ao sangue para garantir que o animal pode ser submetido a procedimentos”.

Se houver necessidade de intervenção, a doutora explica que o processo envolve exames radiográficos, limpeza dentária completa e, se necessário, extração de dentes comprometidos. “Muitas vezes, um dente pode parecer saudável externamente, mas esconder problemas sob a gengiva”, acrescenta.

Um exemplo desta realidade é o caso do Diego, um cão de 10 anos que chegou à urgência veterinária com dor intensa e dificuldade em comer. Com sintomas como espirros reversos e sinais de rinite, foi diagnosticado com doença periodontal em estado avançado e uma fístula oro-nasal, causada pela infeção na raiz de um dente canino comprometido. Apesar de algumas dificuldades durante a intervenção, a extração do dente e o encerramento da fistula foram realizados com sucesso, permitindo uma recuperação satisfatória. Após nova avaliação, outras extrações foram necessárias, e o Diego voltou a alimentar-se normalmente, apresentando-se agora assintomático e com boa cicatrização gengival.

Para evitar casos semelhantes, a escovagem diária dos dentes, uma alimentação adequada e o uso de antissépticos orais são essenciais. Visitas regulares ao veterinário para check-ups dentários também desempenham um papel fundamental na manutenção da saúde oral dos animais de companhia.

 

Referências

 

Fonte: 
Atrevia
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
ShutterStock