Distinguida investigação com potencial para retardar metastização cerebral em mulheres com cancro da mama
O estudo “Impacto clínico do VGF como um biomarcador preditivo e de prognóstico para a metastização cerebral em mulheres com cancro da mama” antecipa o desenvolvimento de novas ferramentas de diagnóstico e terapêuticas que irão permitir melhorar a vigilância precoce das doentes, que podem beneficiar de terapias específicas e reduzir os custos associados ao tratamento.
Como explica a premiada, Ana Sofia Ribeiro, investigadora do i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, da Universidade do Porto, “a deteção precoce permite um tratamento mais eficaz e com melhores resultados. Quase 98% das mulheres diagnosticadas com cancro da mama em estádios iniciais apresentam uma sobrevida significativamente melhor quando comparada com as 30% de doentes que são diagnosticadas nos estádios mais avançados. Com o nosso trabalho, antecipamos uma abordagem significativa e inovadora para enfrentar esta condição mortal, com vista a melhorar o diagnóstico e a terapêutica para mulheres com cancro de mama metastático cerebral”.
A investigadora acrescenta ainda que “o cancro da mama é a neoplasia maligna mais comum e a principal causa de morte em mulheres devido a metástases distantes no osso, pulmão, fígado e cérebro. Em particular, a metastização cerebral tem vindo a aumentar e apresenta as piores taxas de sobrevida entre as doentes com cancro da mama metastático. Desta forma, existe uma necessidade urgente de identificar biomarcadores preditivos, que nos ajudem a identificar as doentes que estão em maior risco para desenvolverem metástases cerebrais. Assim, poderemos acompanhar melhor estas doentes para além de promovermos o desenvolvimento de novos tratamentos”.
Para a presidente do júri do Prémio Hologic Saúde da Mulher, Maria do Carmo Fonseca, “o júri selecionou unanimemente este projeto por se tratar de um trabalho de investigação inovador e muito bem fundamentado, focado na metastização cerebral do cancro da mama. Atualmente não existem tratamentos eficazes para os cancros da mama que dão origem a metástases no cérebro, pelo que o trabalho premiado tem o potencial de gerar conhecimento de grande relevância para o acompanhamento médico das mulheres com este tipo de cancro. O prémio permitirá à jovem investigadora que lidera o projeto realizar mais experiências laboratoriais, aumentando assim a sua competitividade no processo de atração de fundos adicionais necessários para demonstrar a aplicabilidade clínica dos resultados”.
De acordo com Emilia De Alonso, Country Business Lead Iberia da Hologic, “o Hologic Women's Health Award reconhece claramente a importância das mulheres como um pilar fundamental para a prosperidade e desenvolvimento sustentável das sociedades. O nosso contínuo apoio a este prémio, hoje atribuído pela primeira vez, reforça o nosso compromisso em continuar a promover o conhecimento e o desenvolvimento da Saúde da Mulher em Portugal, com o objetivo de melhorar a sua qualidade de vida e bem-estar.”