Dióxido de cloro protege do SARS CoV-2

De acordo com o especialista de Medicina Geral e Familiar, Viriato Horta, entre as medidas mais eficazes no combate ao novo coronavírus estão “as medidas que evitam ou reduzem significativamente a transmissão direta e indireta dos vírus SARS-CoV-2 (contágio) entre pessoas: lavagem/desinfeção das mãos, etiqueta respiratória, desinfeção das superfícies, uso de máscara facial/viseira, distanciamento físico, quarentenas, isolamento profilático, ventilação adequada dos espaços interiores e desinfeção do ar ambiente” e a vacinação.
Entre os agentes de desinfeção, encontram-se os biocidas “que provocam a morte ou a inativação de vários tipos de micro-organismos (bactérias, vírus, parasitas, fungos e leveduras)”, utilizados para a desinfeção das mãos, das superfícies, da água e do ar ambiente.
“Os biocidas, que por definição não são medicamentos, podem ser produtos químicos (soluções alcoólicas, água oxigenada, produtos clorados, permanganato de potássio, produtos iodados, cloreto de benzalcónio, amoníaco, permetrina e similares, icaridina, ozono…) ou agentes físicos (radiação ultravioleta B ou C, vapor seco…)”, explica o especialista dando conta que apesar de potencialmente perigosos “podem ser usados de forma segura pela maioria das pessoas, desde que não sejam ingeridos, inalados ou injetados e se respeitem as suas normas de utilização”.
A exceção recai sobre o ozono e a radiação ultravioleta, que sendo “tão agressivos não podem ser usados na presença de seres humanos e animais de estimação”, adverte o especialista.
“O dióxido de cloro, por ter um efeito oxidativo muito intenso, é um dos biocidas mais potentes. É utilizado correntemente para a desinfeção de superfícies, de redes de águas e da água de tanques e piscinas. Por ser muito alcalino, exerce um efeito corrosivo potente e prolongado sobre a maioria dos órgãos do nosso corpo, podendo provocar vómitos, febre, tosse irritativa, conjuntivites, queimaduras dos olhos, das vias aéreas, da boca, faringe, esófago e estômago se for colocado na pele ou for ingerido ou inalado em doses tóxicas, o que limita o seu uso como desinfetante externo do corpo e do ar ambiente”, adianta Viriato Horta.
Segundo o médico de Medicina Geral e Familiar, “havendo interesse em utilizar de forma segura o dióxido de cloro como agente esterilizador do ar ambiente em presença de pessoas ou animais, foi preciso encontrar uma solução que juntasse eficácia e segurança permitindo o seu uso como um complemento às medidas habituais de prevenção das doenças infectocontagiosas transmitidas por via aérea”.
Foi isso que fez uma empresa sul-coreana ao desenvolver “um dispositivo capaz de emitir um gás invisível, incolor, inodoro e não irritante de dióxido de cloro, em doses de tal modo baixas que são inofensivas para os seres humanos, animais de estimação e plantas domésticas, mas que são suficientes para matar uma grande variedade de bactérias, fungos e vírus existentes no ar ambiente e em superfícies, entre os quais os vírus influenza e os coronavírus SARS-CoV-2, responsáveis, respetivamente, pela gripe e pela presente pandemia de COVID-19”.
Viriato Horta explica que este dispositivo elimina até 99.93% de vírus, 99.99% de bactérias e 99.8% de bolores em espaços interiores até 10 metros quadrados, sendo bastante seguro: “o dióxido de cloro que emite atinge normalmente concentrações no ar de 0.03 ppm (partes por milhão), muito abaixo do limiar de segurança definido para a exposição em humanos de 0.1 ppm”, revela o médico.
“Em Portugal, este pequeno e versátil dispositivo (prepara-se em segundos – a produção do dióxido de cloro faz-se dentro do próprio dispositivo após a sua ativação -, tem uma autonomia de 30 a 40 dias, é leve e portátil) e apresenta-se em 3 versões: para uso doméstico, para o automóvel (veículo) e para o frigorífico (neste caso, destina-se à redução dos maus cheiros e à melhoria da conservação dos alimentos frescos, pela eliminação de germes no seu interior)”, descreve Viriato Horta, salientando, porém que “não trata infeções, não dispensa o cumprimento rigoroso de todas as normas exigíveis pelas autoridades de saúde para a prevenção das doenças infectocontagiosas (nomeadamente da COVID-19) e não deve dar uma falsa sensação de segurança e de imunidade a quem o utilize, devendo ser considerado como um complemento que reforça a nossa segurança e reduz as hipóteses de sermos contagiados por micro-organismos infeciosos em ambientes fechados”.