Estudo

A Diabetes aumenta a prevalência de doenças gengivais e constitui um fator de risco para doenças periodontais

Considerado um problema de Saúde Pública, a diabetes resulta muitas vezes da forma como as pessoas vivem e dos hábitos que têm. Quem sofre de diabetes enfrenta diversos riscos para a saúde, os quais afetam a qualidade de vida.

Sabe-se que o risco de complicações como doença cardiovascular e neuropatia aumenta com a diabetes, pelo que é possivel que as implicações na saúde oral atribuídas à diabetes possam ser mais elevadas entre 2/3 de doentes já diagnosticados e 1/3 dos doentes que não sabem que têm diabetes.

Ser diabético é uma condição que pode comprometer a saúde oral, na medida em que aumenta a prevalência de doenças gengivais e constitui um fator de risco para doenças periodontais graves. 

Segundo um estudo desenvolvido por Ana Rita Fradinho, médica dentista e especialista na área da saúde oral aplicada ao doente com diabetes, “os doentes diabéticos apresentam maior prevalência de alterações orais incluindo xerostomia(3), alterações do paladar, sialose(4) e candidíase oral(5). Inclusive sabe-se que o doente diabético tem três vezes maior probabilidade de sofrer destas complicações, pelo que é essencial apostar na prevenção”.

Com uma clara aposta na prevenção começam a surgir no mercado nacional soluções de higiene oral direcionadas para a população de pessoas com diabetes. São produtos que ajudam a corrigir os desequilíbrios na boca e ajudam a reforçar e apoiar a ação natural da saliva, prevenindo os efeitos negativos do excesso de glicose salivar e estimulando um microambiente que favorece a presença de uma flora oral saudável.

Para Ana Rita Fradinho, “é essencial que os diabéticos tenham um cuidado acrescido no que toca à higiene oral. Se os níveis de glicose no sangue não forem bem controlados estes terão maior probabilidade de virem a desenvolver doença periodontal e de perder dentes em comparação com pessoas que não têm diabetes. Por outro lado, é importante não esquecer que, como todas as infeções, a doença periodontal pode ser um fator que eleva o açúcar no sangue e pode tornar o controlo da diabetes mais difícil. É a pensar nessa relação de risco que temos vindo a trabalhar em soluções que forneçam uma barreira contra o impacto oral do excesso de glicose salivar, que aumente os antioxidantes e apoie o equilíbrio natural da boca. No fundo procuramos apresentar produtos que neutralizem os efeitos da acumulação de glicose salivar na boca».

A incidência da Diabetes tem vindo a aumentar de ano para ano. Dados de 2019 dão conta de que Portugal regista entre 60 mil a 70 mil novos casos de Diabetes todos os anos, a maioria do tipo II. “Tendo em consideração o número crescente de pessoas com diabetes e o facto de que as doenças periodontais também podem ter um efeito negativo sobre o açúcar no sangue, é importante tomar medidas para controlar a doença  periodontal, de modo a ajudar a melhorar os seus níveis de açúcar no sangue”, acrescenta a especialista.

 (1) A gengivite é uma forma leve de doença periodontal, caracterizada pela inflamação das gengivas.

(2) Periodontite (ou doença periodontal) é uma doença que afeta os tecidos de suporte dos dentes, entre eles o osso e a gengiva.

(3) A xerostomia, ou sensação de boca seca, está associada à diminuição na quantidade de saliva na cavidade oral. Quando surge com alguma frequência pode ter impactos negativos na saúde oral.

(4) Condição associada ao aumento do volume das glândulas salivares. É uma situação assintomática que ocorre sobretudo na glândula parótida. Este crescimento pode conduzir à perda de secreção salivar, manifestando-se numa das causas de xerostomia.

(5) A candidíase oral, chamada também de monilíase oral ou sapinho, é uma infeção da orofaringe provocada pelo fungo Candida albicans. Ela é responsável pelo surgimento de uma série de sinais que afetam as mais variadas regiões da boca, embora sejam muito mais recorrentes na área da língua.

Fonte: 
Multicom
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
ShutterStock