Defeitos genéticos e imunológicos causam Covid-19 mais grave
De acordo com o primeiro dos estudos, os doentes com mutações ou deficiências no gene TLR7 são mais propensos a obter um diagnóstico mais grave, e até mesmo crítico, de Covid-19. Sobretudo, os homens com menos de 60 anos.
TLR7 é um gene no sistema imunitário que contribui para a produção de interferões do tipo I (IFN-I), chave para dar uma resposta imune contra SARS-CoV-2. Se este sofre de um defeito ou mutação, explicam os investigadores, maiores as hipóteses de adoecer gravemente.
Por outro lado, e uma vez que se trata de um gene que está no cromossoma X, isto pode explicar por que motivo os homens têm pior prognóstico em comparação com as mulheres.
Ao todo, este estudo analisou 1.202 doentes, entre 0s 7 e os 70 anos, 20 dos quais apresentaram deficiências no TLR7 e não sofreram diagnósticos ou doenças graves anteriores.
O segundo estudo baseou-se na experiência de que a idade é o principal fator de risco para a Covid-19 e os dados que mostram que o risco de hospitalização e morte por pneumonia duplica a cada 5 anos. Tendo-se confirmado que o aumento deste risco se explica, em parte, pela presença de autoanticorpos contra o tipo I IFN, isto é, o desenvolvimento de uma resposta autoimune contra interferões do tipo I por si só.
Segundo os investigadores, no geral, 13,6% dos doentes com Covid-19 têm este tipo de autoanticorpos. Acima dos 80 anos, a percentagem aumenta para 20%.
Os investigadores estudaram amostras de sangue de 3.595 doentes Covid-19 críticos hospitalizados, 623 doentes graves, 1.639 doentes com infeção leve ou assintomática, e 34.159 indivíduos saudáveis.