Resultados do Estudo PORTRAIT-DYS

Daiichi-Sankyo divulga primeiros dados em Portugal sobre intolerência às estatinas

A Daiichi-Sankyo Portugal divulgou na passada sexta-feira, 25 de outubro, os resultados de uma nova subanálise do Estudo PORTRAIT-DYS, um estudo realizado em Portugal que pretende fazer uma caracterização do controlo do c-LDL nas categorias de maior risco cardiovascular. Esta é a primeira análise de um estudo observacional, a permitir revelar a percentagem de indivíduos intolerantes às estatinas. Os dados apresentados, no XXXII Congresso Português de Aterosclerose, são inéditos em Portugal e na Europa.

Esta subanálise incluiu 11.771 mil doentes, com elevado risco ou história documentada de doença cardiovascular, acompanhados nos Cuidados de Saúde Primários e a nível hospitalar. Verificou-se que 10,5% dessa população é intolerante às estatinas, sendo a maioria dos indivíduos identificada nos Cuidados de Saúde Primários.

A população intolerante às estatinas apresentava uma idade média de 73 anos, um nível de c-LDL de 103mg/dL e 43,6% eram mulheres. Dos fatores de risco cardiovascular identificados destacam-se a hipertensão (92,3%), a diabetes mellitus (62,1%), e ainda os fumadores (11,6%).

O tratamento com ácido bempedóico, nesta população, tem vindo a demonstrar diversos benefícios e foi associado à diminuição de 13% do risco de eventos cardiovasculares adversos major – morte por causas cardiovasculares, enfarte do miocárdio não fatal, acidente vascular cerebral não fatal ou revascularização coronária.

O ácido bempedóico demonstrou, igualmente, ser bem tolerado e eficaz na redução no c-LDL em combinação com outras terapêuticas hipolipemiantes, como estatinas e ezetimiba, em doentes de alto e muito alto risco cardiovascular que não conseguem atingir os seus valores-alvo.

O estudo PORTRAYT-DYS é um estudo observacional transversal que tem como objetivo caracterizar o controlo do c-LDL nas categorias de maior risco cardiovascular, incluindo pessoas com alto e muito alto risco. O estudo incluiu os registos clínicos eletrónicos de cerca de 137.000 doentes, seguidos na Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM), de 2000 a 2020.

Foi possível concluir que existe uma lacuna alarmante entre as orientações atuais para o controlo do c-LDL e a implementação clínica. Uma proporção significativa de doentes de alto e muito alto risco cardiovascular nunca recebeu qualquer prescrição de terapêutica hipolipemiante. Apesar da disponibilidade de várias opções eficazes, a sua utilização mais alargada em populações de maior risco é um fator crítico para a prevenção de futuros eventos cardiovasculares.

Apesar do elevado risco cardiovascular dos doentes incluídos na análise, verificou-se existir um muito baixo nível de controlo do c-LDL. De acordo com as recomendações da ESC 2019, apenas 7% dos doentes de alto risco, 3% dos doentes com risco equivalente de doença aterosclerótica estabelecida e 7% dos doentes com doença aterosclerótica estabelecida, estavam dentro dos valores-alvo. De forma ainda mais preocupante, 15% daqueles com doença aterosclerótica estabelecida não faziam qualquer terapêutica hipolipemiante.

A diferença entre sexos na obtenção dos valores-alvo é outro aspeto que merece destaque. O estudo PORTRAIT-DYS demonstrou que as mulheres têm 22% menor probabilidade de atingir os valores-alvos. Este resultado reforça a necessidade de uma reflexão profunda sobre a razão desta diferença: as mulheres recebem menos vezes terapêuticas hipolipemiantes de elevada intensidade, aderem menos à terapêutica com estatinas e descontinuam mais frequentemente por efeitos laterais, pelo que é necessário ponderar terapêuticas hipolipemiantes adicionais e/ou alternativas e melhorar a adesão terapêutica.

Este estudo aporta informação adicional sobre o controlo da dislipidemia em Portugal nos grupos de maior risco e nas mulheres, e deve levar a uma mudança de atitude na agressividade do tratamento deste fator de risco, nomeadamente através da intensificação das terapêuticas de combinação.

O Estudo PORTRAIT-DYS conta já com quatro subanálises que permitiram analisar fatores relevantes no que diz respeito ao controlo e gestão do c-LDL, tais como as “Diferenças entre sexos no controlo do c-LDL” ou ainda a “Gestão lipídica na pré-diabetes e diabetes.”

Os dados da subanálise agora divulgada, são inéditos e marcam a ordem do dia, uma vez que a diminuição do c-LDL em doentes intolerantes às estatinas representa um desafio na prática clínica.

Fonte: 
Daiichi-Sankyo
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Daiichi-Sankyo