Curcumina, Quercetina e Vitamina D3 são poderoso aliado no tratamento da doença por COVID-19
Os resultados do estudo foram recentemente publicados na Frontiers in Pharmacology, uma das principais revistas científicas neste domínio. O estudo baseou-se num ensaio clínico aleatório, conduzido pelo Departamento de Medicina da King Edward Medical University de Lahore, Paquistão, sob a supervisão de Amjad Khan, DPhil, M. Sc (Oxford) e co investigador do estudo. Amjad Khan é investigador visitante no INEOS Oxford Institute for Antimicrobial Research, and Nuffield Division of Clinical and Laboratory Sciences, do Radcliffe Department of Medicine da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
O novo ensaio clínico comparou os resultados apresentados por um grupo de pacientes submetidos ao tratamento standard (SOC) do COVID-19 em conjugação com este suplemento alimentar, face a outro grupo que foi tratado apenas com o SOC. O ensaio clínico incluiu apenas pacientes em regime ambulatório e diagnosticados com COVID-19 em fase inicial, com sintomas leves a moderados, confirmados por testes RT-PCR. Recorde-se que o tratamento standard inclui paracetamol e/ou um antibiótico (azitromicina). Os pacientes incluídos no grupo deste sulplemento tomaram duas cápsulas, duas vezes por dia, durante 14 dias. Os pacientes de ambos os grupos receberam o mesmo SOC.
O ensaio clínico aleatório envolveu 50 pacientes, 25 por cada grupo de tratamento. Os pacientes a quem foi ministrado o suplemento alimentar em conjunto com o tratamento standard apresentaram uma resposta negativa mais rápida ao teste nasofaríngeo SARS-CoV-2 RT-PCR ao sétimo dia, i.e. 15 (60%) versus 5 (20%) do outro grupo, p = 0,009.
Por outro lado, os sintomas agudos associados ao COVID-19 foram resolvidos mais rapidamente no grupo a quem foi ministrado o suplemento ao sétimo dia, i.e.15 (60%) versus 10 (40%) no grupo que se submeteu apenas ao tratamento standard.
Os pacientes deste grupo apresentaram ainda uma diminuição significativamente mais elevada dos níveis de PCR ao sétimo dia, com uma média de 34,0 a 11 mg/dL e por comparação com o grupo que não tomou o suplemento, 36,0 a 22,0 mg/dL, p = 0,006.
Os resultados obtidos concluem igualmente que o tratamento adjuvante com o suplemento alimentar à base de Quercetina (65 mg), Curcumina (42 mg) e Vitamina D3 (2,2 μg), é seguro e que foi bem tolerado pela totalidade dos 25 pacientes envolvidos neste novo estudo. Não foram reportados quaisquer efeitos secundários, complicações ou/e eventos adversos graves.
A quercetina e a curcumina são dois polifenóis naturais amplamente estudados, que possuem efeitos farmacológicos antivirais, anti-inflamatórios e antioxidantes de largo espectro. A vitamina D3 é reconhecida por desempenhar um papel fundamental no fortalecimento da imunidade inata, na capacidade de modular a resposta imunitária adaptativa e contribui para diminuir a libertação de substâncias pró inflamatórias.
A inibição da replicação viral da SARS-CoV-2 e a modulação simultânea da resposta à inflamação intensa na fase inicial da infeção COVID-19, são consideradas essenciais para uma recuperação rápida e para a prevenção da evolução da doença para uma fase mais aguda e severa. Tanto a quercetina, como a curcumina já demonstraram a sua capacidade de inibirem os coronavírus em ensaios in vitro. Mais recentemente, demonstraram igualmente atividade inibidora do SARS-CoV-2.
"A combinação da quercetina, com a curcumina e a vitamina D3 constitui um adjuvante seguro e cientificamente comprovado no tratamento do COVID-19 na fase inicial. Os resultados obtidos são muito encorajadores e provavelmente devido à eficácia sinérgica dos mecanismos imunomoduladores, antioxidantes, anti-inflamatórios e antivirais da quercetina, da curcumina e da vitamina D3,” declara Amjad Khan.
A utilização de tratamentos imunomoduladores/anti-inflamatórios em pacientes clinicamente vulneráveis ao COVID-19, incluindo nos que apresentam condições de saúde subjacentes ou que são imunodeprimidos, pode igualmente resultar em imunossupressão, podendo aumentar os riscos de desenvolver infeções bacterianas ou fúngicas secundárias e, consequentemente, a progressão para doenças mais graves.
Pelo contrário, a quercetina, a curcumina e vitamina D3 não têm efeitos imunossupressores. A quercetina e a curcumina são consideradas agentes seguros e receberam o estatuto de FDA GRASS (Geralmente Reconhecido como Seguro) para uso humano em produtos dietéticos, o que permite a sua utilização em suplementos alimentares destinados aos seres humanos. Em conjugação com o tratamento standard, a utilização deste suplemento como adjuvante pode contribuir para a recuperação mais rápida das infeções por COVID-19 com sintomas leves a moderados, facilitando a eliminação precoce da infeção viral SARS-CoV-2 e a modulação da resposta imunitária.