CUF realiza técnica inovadora no tratamento de nódulos benignos da tiroide
Este tratamento inovador, alternativo às opções convencionais - como sejam a cirurgia e a radiofrequência - permite tratar todos os tipos de nódulos de forma minimamente invasiva, com maior conforto e segurança, por garantir menor risco de queimaduras e hemorragias. Acresce, ainda, que por se tratar de uma alternativa à cirurgia, tem a mais valia estética de não deixar marcas.
Numa comparação direta com a técnica de ablação por radiofrequência, Leonor Fernandes, médica radiologista no Hospital CUF Tejo, realça que, no tratamento por micro-ondas, a par da menor taxa de complicações associadas, como hemorragia e queimadura, “esta nova técnica permite ganho no tempo total de cada procedimento - que dura menos de meia hora, e possibilita assim tratar nódulos maiores, numa só sessão”.
Esta técnica, possibilitada pelos mais recentes avanços tecnológicos, é realizada sob orientação ecográfica, através da introdução percutânea de uma antena muito fina e de fácil manuseio que se conecta a um equipamento gerador de energia.
A radiologista da CUF acrescenta, ainda, que este novo tratamento, utiliza apenas anestesia local e uma sedação ligeira, ficando o doente sempre acordado e a comunicar com a equipa de intervenção responsável durante todo o procedimento, “permitindo, assim, a monitorização e tratamento de eventual ligeira dor e assegurar a preservação da qualidade da voz, no decorrer da intervenção”.
Antes de iniciar este tratamento, é imperativo realizar uma ecografia para avaliar se o nódulo preenche os requisitos necessários, “devendo a seleção ser criteriosa e preferencialmente fruto da opinião de uma equipa multidisciplinar, dedicada a patologia nodular da tiroide”. Entre os critérios de aplicabilidade para este tratamento, à data atual, encontram-se os nódulos benignos, com uma dimensão superior a 2 centímetros, com boa visualização ecográfica, sintomáticos e/ou inestéticos.
A patologia nodular da tiroide é extremamente frequente na população em geral, sobretudo em idades mais avançadas e no sexo feminino. “Há pessoas que, por exemplo, por receio da operação, ou porque não podem arriscar uma eventual alteração da sua voz ou porque não querem uma cicatriz no pescoço, afastam a hipótese de fazer uma cirurgia, e, por isso, é com satisfação que vejo a chegada desta técnica inovadora, que nos permite colocar em cima da mesa, para discussão de tratamento personalizado de cada doente, mais uma opção. Acredito que esta é uma técnica promissora a nível mundial e, claramente, também em Portugal”, partilha a especialista.