Investigação

Cientistas nos EUA conseguem curar a primeira mulher com HIV

Investigadores americanos afirmam ter conseguido curar, através de um transplante de células estaminais do cordão umbilical, uma mulher de raça mista com HIV.

O anúncio, partilhado durante uma conferência médica em Denver, Colorado, é um passo crucial na luta contra um vírus cada vez menos falado, mas que afeta 37,7 milhões de pessoas em todo o mundo e que só em 2020 infetou 1,7 milhões de indivíduos. 53% dos doentes são mulheres e raparigas.

O sexo e a origem da paciente em questão – cujo nome e idade não foram tornados públicos – representam um avanço "cientificamente importante" que terá um impacto "em termos de comunidade", disse ao The New York Times Steven Deeks, membro da Universidade da Califórnia.

"A paciente de Nova Iorque", como está a ser chamada até agora, recebeu tratamento no Hospital Weill Cornell, em Nova Iorque, tendo sido com HIV em 2013 e quatro anos depois com leucemia. A equipa que a tratou, composta por Koen van Besien, Jingmei Hsu e Marshall Glesby, trabalhava há anos no desafio de encontrar um dador cujas células pudessem tratar o cancro e curar o HIV.

A mulher parece estar a seguir as pisadas de Timothy Ray Brown, um americano de 44 anos conhecido inicialmente como o paciente de Berlim pelos seus anos de residência na capital alemã. Um transplante de medula óssea libertou Brown do vírus durante doze anos até à sua morte por cancro em 2020. Depois, em 2019, foi noticiado que outro paciente, Adam Castillejo, tinha sido curado do vírus.

Ambos receberam um transplante de medula óssea de dadores que carregam a mutação genética necessária para combater o vírus, uma solução que está longe de se tornar um remédio em massa. Os cientistas acreditam, no entanto, que o tratamento com células estaminais pode abrir a porta a uma cura para uma lista muito mais ampla de doentes.

 

Fonte: 
El Mundo
Nota: 
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Foto: 
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