Cientistas negam que vacinas contra a Covid-19 aumentem o risco de infeção pelo VIH
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A carta, redigida por um grupo de investigadores, publicada na revista científica 'The Lancet' em outubro de 2020, dava conta que as vacinas experimentais contra o VIH que usavam o adenovírus humano 5 (Ad5) como vetor tinham aumentado o risco de infeção pelo vírus num subgrupo de participantes. Na altura, os investigadores expressaram a sua preocupação com o facto de as vacinas contra a Covid-19, que utilizam este vetor, poderem aumentar o risco de contrair VIH em populações de risco.
Um dos conteúdos que circulam indicou, inicialmente, que a vacina da Janssen contém o adenovírus 5, um dos quais se fala na missiva publicada no 'The Lancet'.
Os adenovírus são uma família de vírus que pode causar a constipação comum e são usados como vetores da vacina para transportar instruções para as nossas células. A vacina da AstraZeneca usa um adenovírus de chimpanzés, enquanto a da Janssen usa um adenovírus humano 26 (Ad26). O que ambos conseguem é introduzir no corpo um adenovírus com ADN modificado que é inofensivo e que, dentro das nossas células, forma cópias de RNA. É este RNA que contém as instruções para as nossas células fabricarem a proteína S (pico) que é igual à do coronavírus SARS-CoV-2.
Como esclarecido num artigo na revista científica 'Science', não há evidências de que algum destes adenovírus aumente o risco de infeção pelo VIH.