Cientistas descobrem mutação que torna o coronavírus mais contagioso do que no inverno passado

Na realidade, o que acontece é que esta mutação, designada D614G, permite que o vírus se fixe às células de forma mais eficiente.
Os dados apresentados na revista científica Nature mostram ainda que a mutação acelera a proliferação do vírus nas vias respiratórias superiores, mas não nos pulmões.
A multiplicação acelerada do vírus leva a que seja mais fácil a sua transmissão. Isto explica por que as estirpes com esta mutação são agora predominantes no mundo.
Os coronavírus em circulação descendem agora de uma estirpe identificada pela primeira vez numa amostra de um doente de Itália a 20 de fevereiro. Nessa altura, ainda não se sabia que esta estirpe iria tornar-se dominante. Cientistas norte-americanos reconstruíram a sua história numa investigação publicada a 20 de agosto na revista Cell.
Segundo a análise, citada pela Executive Digest, os vírus com a mutação D614G espalharam-se rapidamente pela Europa e pelo resto do mundo, sendo que em finais de março, a mutação já estava presente em 60% de todas as sequências do SARS-CoV-2 analisadas globalmente. Em maio, atingiu os 90%. E, no final de junho, estava quase a 100%.
Esta investigação mostra ainda que o novo coronavírus não se tornou mais viral, uma vez que a mutação D614G não aumenta o risco de afetar os pulmões e causar pneumonia.