CHUCB pioneiro na realização de técnica mini-invasiva para colocação de prótese da anca

O pioneiro desta técnica inovadora no CHUCB é Diogo Pascoal, jovem ortopedista que fez a sua especialização no centro hospitalar, “e que apoiado pela equipa médica do serviço, realizou a primeira Superpath neste hospital, em novembro de 2019, e que pese embora, à semelhança de outras cirurgias programadas, tenha estado parcialmente suspensa, devido à pandemia de covid-19, ganhou nos últimos meses uma maior expressão, visível no número de doentes intervencionados”.
Entre as principais vantagens desta técnica, relembra o CHUCB, “está o facto de não promover a agressão muscular ou tendinosa da região da anca, o que resulta numa melhor recuperação funcional do doente e na cicatrização mais rápida dos tecidos, e ainda uma acentuada diminuição do risco de complicações e efeitos colaterais, pelo que o doente começa a andar nas primeiras 24h, e o tempo de internamento é de apenas 2 a 3 dias”. Além disso como o tempo de recuperação é mais rápido, os doentes podem regressar à vida normal, “no segundo mês de pós-operatório, inclusive já sem apoio de canadianas”.
“Outros benefícios deste procedimento minimamente invasivo, em contraponto com a cirurgia convencional, registam-se logo no período pós-operatório, no qual os doentes referem sentir menos dor e maior conforto, não sendo sequer necessária a limitação de movimentos, pelo risco de luxação da prótese”, escreve em comunicado a unidade hospitalar. Para além disso, na fase de convalescença, que é também muito mais rápida, sublinha, “verifica-se uma menor dependência do doente face aos seus cuidadores, e a cicatriz resultante do procedimento é mais estética”.
Segundo o CHUCB esta técnica destina-se sobretudo, a doentes mais jovens (até aos 70 anos), ativos e com perspetivas de reinício da atividade laboral precoce. “Não têm indicação para esta cirurgia, doentes com grandes deformidades da anca, com múltiplas comorbilidades, ou com índice de massa corporal muito elevado”, salienta.
Para António Figueiredo, diretor do Serviço de Ortopedia do CHUCB, “esta é uma cirurgia inovadora, com claros benefícios para o doente. Contudo, tratando-se de uma técnica nova, temos avançado neste domínio com muita cautela, selecionando criteriosamente os doentes com indicação para a mesma, uma vez que em qualquer curva de aprendizagem e sobretudo numa técnica nova, o risco de complicações é naturalmente maior. O sucesso, espelhado nos resultados obtidos, tem conduzido à realização regular desta técnica no Cova da Beira, sendo que o Dr. Diogo Pascoal é, neste momento, o médico que realiza este procedimento, com maior regularidade no país”.
Especialista em Ortopedia e Traumatologia, Diogo Pascoal, enveredou pelo aperfeiçoamento desta técnica, após um estágio realizado em cirurgia da anca no Instituto Catalão de Traumatologia e Medicina Desportiva, Hospital Universitari Dexeus, em Barcelona e de um Curso de Certificação em Superpath, feito em Madrid. Ultrapassado o marco das 20 cirurgias consecutivas no CHUCB, este jovem médico pretende “continuar a aplicar a técnica, ir aprendendo com a nossa experiência e continuar em formação contínua em Portugal e no Estrangeiro, de forma a fazer mais e melhor pela população da Beira Interior”.
Brevemente a equipa de Ortopedia do CHUCB será reforçada com outro cirurgião experiente em Superpath, o que deixará esta unidade de saúde numa posição privilegiada neste tipo de cirurgia em Portugal.