CHUC alerta que o AVC não fica confinado
Num comunicado o CHUC revela que “o AVC tem sido persistentemente a principal causa de morte, incapacidade e de anos de vida perdidos em Portugal. Em 2018, 11.235 pessoas perderam a vida devido a um AVC e em 2019 o número foi de 10.975”. Embora não sejam ainda conhecidos os dados para 2020, o “certo é também que por hora, o AVC afeta três portugueses, tirando a vida a um e deixando outro com sequelas graves”.
Segundo o CHUC, “na cordilheira das doenças, estamos a ultrapassar a terceira montanha da serra do vírus SARS-COV2. Tem sido um trilho penoso em que todos desejamos não vir a ter uma quarta etapa. Mas se o impacto clínico do vírus SARS-COV2 é uma serra com picos e vales, o AVC é um planalto com um cume ainda sem fim à vista. É uma doença grave e súbita que afeta o cérebro através dos seus vasos sanguíneos que, por obstrução ou rotura, deixam de fazer chegar oxigénio e nutrientes a determinadas áreas deste órgão”.
Em matéria de prevenção, o centro hospitalar aconselha uma dieta sem sal, com menos açúcares e gorduras, limitar o consumo de álcool, dizer não ao tabaco, praticar exercício físico pelo menos três dias por semana e tomar a medicação prescrita por médicos de forma rigorosa”.
“Se temos uma vida inteira para prevenir um AVC, só dispomos de algumas horas para o conseguir tratar e evitar sequelas. Tempo é cérebro por isso é fundamental reconhecer os sinais de alarme para AVC. São eles os 3 F’s: desvio da Face, falta de Força de um lado do corpo e dificuldade na Fala. Qualquer um destes sintomas deve motivar uma chamada imediata para o 112”, alerta o CHUC chamando a atenção para o facto de que embora as primeiras horas sejam determinantes, “a reabilitação e a fisioterapia permitem recuperar capacidade e função perdidas de uma forma muito significativa”.
“Quer isto dizer que o AVC é, ao mesmo tempo, uma emergência e uma doença crónica que merece prevenção, tratamento e reabilitação”, sublinha.
Embora o último ano tenha trazido múltiplos desafios e dificuldades, o CHUC reforça que os portugueses “podem ter a certeza e confiança que existem nos hospitais da região centro equipas dedicadas para os tratar, envolvendo médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico, assistentes operacionais, administrativos e tantos outros”.
“Abater o planalto do AVC, é uma missão árdua que não será cumprida através de uma medida isolada. O AVC não é um vírus para o qual seja possível desenvolver uma vacina. Esta doença é complexa e obriga a um esforço conjunto e à adoção de pequenas e simples medidas do ponto de vista individual, comunitário (hábitos saudáveis, deteção sinais de alarme,..) e organizativo (transporte rápido de doentes, comunicação entre hospitais...) que, só quando somadas, nos permitem lutar eficazmente contra o AVC, fazendo deste planalto uma planície na cordilheira das doenças”, alerta em comunicado.