CeNTI é a única entidade portuguesa em Projeto Europeu que tem oito milhões de euros para acelerar digitalização das empresas
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O instituto de I&DT de referência em Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes é a única entidade portuguesa envolvida no Projeto. Lançado em janeiro de 2020 e com término previsto para dezembro de 2022, o SmartEEs2 - designação atribuição ao Projeto – nasceu para revolucionar a Indústria e acelerar a sua transição tecnológica e digital, tendo por base a eletrónica flexível, um tipo de tecnologia inovadora compatível com a Internet das Coisas (IoT).
Um aparelho de base têxtil que permite aliviar a dor do pulso, uma camisola que monitoriza a postura durante a utilização de bicicleta ou um equipamento desportivo que emite luz e o torna visível no escuro são alguns exemplos de inovações a este nível. A ideia foi disponibilizar às empresas as condições propícias para a geração de novas respostas tecnológicas, fomentando, com isso, o crescimento dos negócios.
Formação, suporte ao desenvolvimento, testagem e fabricação de produtos eletrónicos são os serviços disponibilizados. “Durante o decorrer da primeira fase do Projeto, as empresas podiam concorrer a oportunidades financiadas pelo Projeto para usufruir desses serviços. Atualmente, estão a ser apoiadas 46 empresas que se encontram a beneficiar dos referidos serviços para desenvolver produtos inovadores.
Prevê-se que, no pós-Projeto, as empresas possam recorrer ao Marketplace, criado no Projeto e que será gerido pela entidade “European Flexible and Wearable Electronics 8 milhões para acelerar a digitalização das empresas Adoção da eletrónica flexível e exemplos de aplicação Serviços disponibilizados 46 empresas estão a beneficiar dos serviços Association”, para conseguirem aceder a estes serviços a um preço justo e competitivo”, refere José Silva, Printed Electronics Team Leader do CeNTI. A mesma associação permitirá às empresas terem, também, acesso a uma rede Pan-Europeia de colaboração, constituída por pequenas, médias e grandes empresas, start-ups, aceleradoras, investigadores e investidores. Um ‘ecossistema de inovação’ que visa conjugar esforços e alavancar novas ideias no panorama empresarial.
Além de sensibilizar e de captar empresas, que pudessem ser abrangidas por este Projeto, o CeNTI tem participado na gestão de projetos de curta-duração que são suportados financeira e tecnologicamente pelo Projeto. Tem também assegurado o apoio tecnológico ao desenvolvimento de novos produtos, que integrem a eletrónica flexível, bem como a preparação, recolha e centralização de materiais educacionais para aplicação em serviços de capacitação e educação das ‘Innovative Companies’ (as empresas abrangidas pelo Programa).
A par do Centro de Nanotecnologia, fazem parte do consórcio diversas empresas, centros de investigação e inovação e organizações focadas na eletrónica flexível, eletrónica orgânica, nanotecnologia e tecnologias digitais.
A eletrónica flexível está hoje presente em vários setores - automóvel, saúde e bem-estar, têxtil, eletrónica de consumo, energia, embalagens - e permite tornar os objetos inteligentes, conferindo-lhes propriedades e funcionalidades únicas e garantindo a partilha de informação entre os objetos e o utilizador.
A sua aplicação traz, por isso, ganhos acrescidos para as empresas, que podem, assim, responder às atuais tendências digitais com soluções tecnológicas disruptivas, úteis e com elevado valor para o mercado.