Campanha #MoveDisorder alerta para a importância do reconhecimento e tratamento das doenças do movimento
“Esta é uma iniciativa importante para as doenças do movimento em virtude de corresponderem a patologias que apresentam características que as tornam muitas vezes intrigantes e difíceis de serem diagnosticadas por parte dos médicos, mas também difíceis de serem lidadas por parte dos doentes, familiares e cuidadores. Nas doenças do movimento mais frequentes, como a Doença de Parkinson, o Tremor Essencial e a Síndroma das Pernas Inquietas o papel dos médicos de MGF é também extremamente importante para o reconhecimento, a referenciação, a abordagem terapêutica e o acompanhamento. Uma população informada pode também contribuir para a criação e disponibilização de cuidados de saúde de qualidade e adequados para estas patologias”, explica o Professor Joaquim Ferreira, neurologista especialista na área de Doenças do Movimento e Diretor Clínico do Campus Neurológico Sénior (CNS).
As doenças do movimento são doenças neurológicas que se caracterizam, entre outros sintomas, por causarem uma alteração do movimento normal. Podem manifestar-se por movimentos mais lentos ou pelo aparecimento de movimentos anormais, como tiques, distonia, coreia, balismo, mioclonias, estereotipias.
As mais frequentes são a Doença de Parkinson, o Tremor Essencial e a Síndroma das Pernas Inquietas. Outras doenças do movimento mais raras incluem a Doença de Huntington, a Atrofia Multissistémica, a Paralisia Supranuclear Progresssiva (PSP), o Blefaroespasmo, a Distonia Cervical, a Síndroma de Gilles de La Tourette, a Doença de Wilson e várias outras.
Apesar de muitas doenças do movimento não terem cura, todas são tratáveis. Os tratamentos vão desde o ensino, o uso de medicamentos e as intervenções na área da reabilitação até tratamentos mais complexos e invasivos, como intervenções cirúrgicas cerebrais (ex. estimulação cerebral profunda para o tratamento da Doença de Parkinson).
No caso da doença de Parkinson, que afeta em Portugal aproximadamente 18 mil pessoas, “deve ser antecipado que o número de doentes vai duplicar nos próximos 20 anos” alerta o diretor clínico do CNS. E acrescentou que “um melhor conhecimento sobre as doenças do movimento aumenta a probabilidade de uma pessoa ser referenciada e acompanhada por profissionais de saúde com experiência na avaliação e no tratamento de doentes com estas patologias.”