"Call to Action" para proteger as crianças de ambientes alimentares obesogénicos
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Este apelo à ação surge no âmbito de uma conferência que foi organizada em conjunto com a OMS para a Região Europeia e que pretendeu debater os desafios e as oportunidades do mundo digital para as políticas de prevenção da obesidade.
Há muito que se reconhece o papel determinante dos ambientes obesogénicos no contexto da luta contra a obesidade, por promoverem o consumo de uma alimentação inadequada. Porém, estes ambientes apresentam atualmente novas configurações, apresentando uma forte componente digital. Compram-se cada vez alimentos pela Internet (supermercados online e food delivery apps), procura-se informação sobre alimentação saudável em plataformas digitais e o período de tempo (cada vez maior) “a navegar” expõe a população continuamente à publicidade de alimentos, que em geral são pouco saudáveis.
O mundo digital parece estar a modificar o consumo alimentar, o comportamento de compra e de preparação de alimentos. As poderosas estratégias de marketing que emergiram no contexto digital, a utilização frequente das food delivery apps e o risco acrescido de desinformação no que toca à alimentação saudável são algumas das principais ameaças que se colocam ao combate à obesidade.
Porém, os ambientes alimentares digitais podem também trazer oportunidades. Com a digitalização surgem também novas e inovadoras ferramentas para monitorizar a oferta e o consumo alimento, ferramentas que podem ser essenciais para o planeamento e monitorização das políticas públicas para a prevenção da obesidade.
Estas ações, que se pretende promover, dirigem-se aos governos, pais e famílias, academia, escolas e comunidade escolar, organizações da sociedade civil e não governamentais, criadores de conteúdo digital, marketeers, produtores de tecnologia e operadores económicos do setor alimentar.
Aos governos pede-se ação para reduzir a exposição das crianças ao marketing digital de alimentos não saudáveis; aos pais e famílias pede-se para reconhecerem os riscos associados à excessiva exposição das crianças aos ecrãs, procurando encorajar a sua redução; às escolas e toda a comunidade escolar pede-se colaboração no sentido de contribuírem para o aumento da literacia digital e mediática das crianças e jovens e aos operadores económicos do setor agroalimentar e marketeers pede-se o compromisso de não publicitarem alimentos de má qualidade nutricional para crianças. A Call to Action de Lisboa pode ser consultada e subscrita aqui.