Biojam quer duplicar volume de negócios dos últimos dois anos
Apesar do mercado espanhol representar atualmente 30% das receitas anuais do Grupo, a farmacêutica tem vindo a reforçar a sua presença no mercado do Benelux (Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo). Como afirma Carlos Monteiro, “são mercados de dimensão similar ao português, o que nos permite empreender uma presença controlada e mais efectiva nesses mercados e para onde estamos a preparar o lançamento de um marcador cirúrgico, que será o primeiro marcador cirúrgico dispositivo médico nos três países. Será altamente inovador e uma mais-valia para aqueles países”.
Produtos inovadores e parcerias internacionais
As parcerias e a aposta em produtos inovadores contribuíram para reforçar a posição da Biojam no mercado prevendo-se que em 2023 seja duplicado o volume de negócios que, nos últimos dois anos, se manteve, aproximadamente, nos 4 milhões. Contas feitas, a Biojam conseguiu em 2022 manter o volume de negócios alcançado em 2021: “Em 2022, já sem um contributo tão forte dos produtos muito relacionados com a pandemia, a Biojam diversificou e reforçou a sua presença nos vários mercados com outros produtos, ou seja, a diversificação estratégica acaba por ser um dos aspectos que confere à Biojam a capacidade de atuação nos mercados onde está presente”, acrescenta. “A pandemia obrigou-nos a ser mais ágeis perante o imprevisível, situação que acabou por promover o crescimento do grupo. Quando surgiu a pandemia, além de conseguirmos compreender antecipadamente qual viria a ser o seu impacto no nosso país, através do contato próximo que temos com parceiros mundiais, em especial com os da Coreia do Sul, percebemos também que era fundamental criar respostas para muitas das áreas cuja resposta não poderia falhar. Era tempo de inovar para responder a outras questões que foram surgindo e às quais não se estava a dar a devida atenção”, acrescenta.
A Biojam nasceu em 2006 com outro nome, sendo rebaptizada em 2015 com o objetivo de “apostar num projeto diferenciador”, assente na inovação, o que para Carlos Monteiro “não significa obrigatoriamente a criação e introdução no mercado de um produto novo, diferente de todos os outros para a mesma patologia ou função, mas, na maioria das vezes, incide sobretudo na forma como pode e deve ser administrado o produto”. Um dos exemplos de inovação apresentados pela farmacêutica é a introdução de um medicamento para a oncologia que, mantendo o mesmo princípio ativo, tem a particularidade de permitir o seu armazenado à temperatura ambiente, ao contrário de outros medicamentos que exigem a conservação a frio. Para a farmacêutica “esta solução de tratamento constitui uma enorme mais-valia para todos os intervenientes no mercado, mas sobretudo para quem tem de armazenar, distribuir e administrar o medicamento”.