“Back to The Future” levou a importância da deteção precoce e do diagnóstico em oncologia a debate
Na sessão de abertura, intitulada “O doente no centro”, Filipe Paixão, diagnosticado em 2022 e aos 36 anos com cancro do pulmão em estádio IV, deixou o seu testemunho sobre a influência que as várias opiniões médicas e opções terapêuticas têm tido na doença: “O que quero demonstrar com a minha jornada é que acredito que um doente bem informado, sendo proativo na sua própria doença, pode alterar o resultado”.
Roel Meeusen, Diretor-Geral da Roche Diagnósticos Portugal, reforçou que a Roche, juntamente com o apoio dos seus parceiros, tem procurado redefinir o futuro dos cuidados em oncologia, deixando um apelo aos presentes: “Hoje, ao embarcarmos nesta jornada de aprendizagem e colaboração, encorajo cada um de vocês a pensar de forma ousada e criativa e a partilhar de que forma podemos trabalhar em conjunto para construir um futuro em que o cancro seja detetado precocemente e tratado prontamente.”
O primeiro painel, “Panorama Internacional: Destaques dos Congressos de Patologia e Oncologia”, contou com a intervenção de Miguel Rito e de Diogo Alpuim Costa, que abordaram as novidades recentemente apresentadas a nível internacional, nos Congressos Europeu de Patologia e da Sociedade Europeia de Oncologia Médica, sobre o que podemos esperar para o futuro nesta área.
Por sua vez, os especialistas Fátima Vaz, Fernanda Santos, e Duarte Oliveira, no painel “Rastreio Oncológico em Foco: Otimização e Inovação”, moderado por Carla Bartosch, abordaram o panorama atual da deteção de cancro hereditário no país e a otimização dos programas de rastreio suportados por dados de mundo real e algoritmos de Inteligência Artificial (IA).
Seguiu-se a sessão “Expandir Fronteiras: do Valor da Caracterização Molecular às Aplicações de Inteligência Artificial”, moderado por Diogo Alpuim Costa e com intervenção de Fernando Schmitt, António Polónia e Manuel Teixeira, sobre as inovações na caracterização do cancro da mama e pulmão e a transformação digital da patologia.
No final, teve lugar uma mesa-redonda, liderada por Liliana de Almeida, Public Affairs Manager na Roche Diagnósticos Portugal, onde se procurou explorar de que forma podemos acelerar a implementação da Estratégia Nacional de Luta contra o Cancro. Tamara Milagre, Presidente da EVITA, abordou as questões relacionadas com o cancro hereditário, que passou a estar incluído nesta estratégia nacional, tendo reforçado que “precisamos de um registo nacional de cancro hereditário”. Marta Pojo, Diretora para os projetos de saúde da Liga Portuguesa Contra o Cancro, assinalou que a parte humana não pode ser esquecida, ao nível do acompanhamento e expectativa do doente, e que a literacia é fundamental. Já Isabel Fernandes, membro do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, afirmou que, para o diagnóstico e tratamento, há duas coisas muito importantes para o Programa, sendo que a primeira está relacionada com a referenciação em oncologia e a segunda com a alteração da definição dos TMRG (tempos média de resposta garantidos), considerando que é necessário “priorizar as patologias”. Para debater este tema, a mesa contou ainda com a participação dos Presidentes da Sociedade Portuguesa de Patologia, Carla Bartosch, e da Sociedade Portuguesa de Oncologia, José Luís Passos Coelho.
Na sessão de encerramento, Carlos Catalão, Diretor de Medical & Health Policy na Roche Diagnósticos Portugal, destacou a importância da integração das diferentes tecnologias ao serviço do diagnóstico. Abordando também a questão da IA no setor da saúde, reforçou que “a patologia digital não é a máquina versus o patologista, mas sim a máquina mais o patologista”.