Associação Chama Saúde apela à participação no primeiro estudo nacional sobre qualidade do sono dos bombeiros
O estudo, que vai avaliar o risco de alterações do sono, consiste num inquérito online, que requer a participação significativa dos bombeiros portugueses. O grupo, considerado de alto risco será contactado individualmente para realizar estudos de rastreio de distúrbios respiratórios do sono, que vão complementar a informação do questionário.
“A participação dos bombeiros é necessária e fundamental, por isso apelo pessoalmente a que todos os bombeiros portugueses respondam ao inquérito. Só dessa forma será possível estabelecer níveis de prevalência das alterações do sono nos nossos bombeiros”, explica Cecília Longo, médica pneumologista e Presidente da Associação Chama Saúde. “Ao identificar os bombeiros de alto risco, vamos identificar eventuais patologias que necessitam de tratamento. Estamos neste momento em negociações para a criação de uma Via Verde de acesso rápido dos bombeiros diagnosticados com patologia do sono aos hospitais da sua área de residência em todo o país de modo a terem prescrições da ventiloterapia através do SNS”, acrescenta Cecília Longo.
Já Maria João Vitorino, diretora da Linde Saúde, refere que “a Linde Saúde associou-se a este estudo para pôr ao serviço destes indivíduos, cujo papel é tão relevante para as populações, os recursos e a experiência no acompanhamento de pessoas com distúrbios do sono. E numa altura em que, infelizmente, os bombeiros portugueses estão tão sobrecarregados, é importante perceber se os seus períodos de descanso são efetivamente reparadores”.
O estudo nacional surge na sequência de estudos internacionais que revelaram que a alteração da qualidade do sono nos bombeiros é uma realidade decorrente das alterações dos ritmos circadianos, que pode ser por privação de sono em tarefas como a supressão de incêndios rurais, havendo aumento dos níveis de fadiga e diminuição da performance das tarefas. Trabalhadores por turnos apresentam uma maior tendência não só da alteração da qualidade como da eficácia do sono.
A obesidade, hipertensão e a diabetes são fatores de risco que podem contribuir para a existência destes distúrbios com enorme impacto na qualidade de vida. Sintomas como dores de cabeça, sonolência diurna, ressonar noturno e paragens de respiração presenciadas por quem dorme ao lado, bem como menor rendimento intelectual, são relevantes para a suspeita clínica e devem ser confirmados por estudos do sono completos.