APDP aplaude aprovação da primeira imunoterapia do mundo para a diabetes tipo 1
“Na diabetes, cada dia conta, e o atraso no desenvolvimento da doença é uma grande vitória! Significa mais três anos, em média, durante os quais as pessoas podem viver sem terem de se preocupar com injeções, contagem de hidratos de carbono e controlo da glicemia, mas não só. Poderá ajudar também a protegê-las do desenvolvimento de complicações a longo prazo.”, frisa José Manuel Boavida, presidente da APDP.
Pela primeira vez em 100 anos, o tratamento da diabetes tipo 1 sofre uma grande mudança e as atenções viram-se agora para o prolongamento do período durante o qual a insulina não é necessária. “Estamos hoje mais próximos do dia em que a diabetes tipo 1 poderá ser prevenida ou até curada, é um momento histórico! Para isso, temos de alargar o acesso a esta imunoterapia a todo o mundo”, defende o presidente da APDP.
Na diabetes tipo 1, o sistema imunológico destrói as células do pâncreas que produzem insulina. “As imunoterapias são novos tratamentos que reprogramam o sistema imunológico para interromper o seu ataque ao pâncreas, lidando com a causa da diabetes tipo 1, neste caso específico.", explica João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP. Ou seja, a imunoterapia agora aprovada consiste “num anticorpo programado para atacar as células imunes responsáveis pela destruição das células beta produtoras de insulina. Isto permitirá produzir insulina durante mais tempo.”, acrescenta.
Para o sucesso deste tratamento preventivo, é necessário que este seja combinado com programas de rastreio que permitam identificar as pessoas em risco. Através de um teste ao sangue, é possível detetar sinais precoces de que o sistema imunitário já iniciou este processo de destruição mesmo antes de a pessoa desenvolver sintomas de diabetes tipo 1. “Saber quem está em risco abre uma janela para usar a imunoterapia e interromper o ataque imunológico antes que ele progrida demais.”, remata o diretor clínico da APDP.
Esta imunoterapia pode ser agora prescrita nos Estados Unidos da América a pessoas com mais de oito anos e com alto risco de virem a desenvolver diabetes tipo 1. No Reino Unido, em parceria com o Sistema Nacional de Saúde (NHS), o processo de aprovação também já foi iniciado. Está ainda a ser testada a possibilidade de ser utilizada em pessoas recentemente diagnosticadas com diabetes tipo 1, na tentativa de proteger as células beta produtoras de insulina remanescentes.