2º episódio do Podcast Saúde que Conta

Adalberto Campos Fernandes fala sobre o lado B da literacia em saúde

“Nós não devemos segmentar o acesso ao conhecimento. A literacia em saúde está muito associada ao investimento estratégico que podemos fazer na educação. Se as nossas crianças crescerem bem informadas, chegamos à idade adulta com uma melhor habilitação e capacitação para tomar decisões de saúde”, afirma Adalberto Campos Fernandes, ex-Ministro da Saúde e Professor na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP NOVA) no Lado B da Literacia, podcast Saúde que Conta.

Uma das principais ideias em destaque nesta conversa foi a importância de investir desde cedo na educação, como forma de conseguir melhores resultados em saúde a longo prazo. “A grande batalha de um país que se quer modernizar é a batalha da educação coletiva. Temos de apostar em mediadores, como as farmácias comunitárias, que podem desempenhar um papel essencial na orientação das pessoas”, reforça.

No mais recente episódio do podcast Saúde que Conta, o Lado B da Literacia, intitulado "Saúde é para Todos", estiveram também presentes, Andrea Lima, fundadora e diretora executiva do Fórum Saúde XXI, e Pedro Lavinha, gestor na área da saúde na ULS Lisboa Ocidental e ex-diretor da Qualidade e Vogal do Conselho Diretivo no INEM, com a moderação de Ana Rita Pedro, especialista em literacia em saúde da ENSP NOVA.

Neste episódio é abordada a ligação entre literacia em saúde e a capacidade dos indivíduos para navegar e utilizar os serviços de saúde de forma eficiente. Os principais desafios e oportunidades na capacitação da população, como será possível otimizar recursos, reduzir custos desnecessários, enquanto se garante que todas as pessoas recebem os cuidados necessários.

“Temos uma burocracia histórica, um modo de funcionamento que perdeu o seu tempo, que entendeu que a sociedade tinha de ser gerida do ponto de vista da saúde a régua e esquadro. Libertar a sociedade, significa que, mesmo que tenhamos pouca instrução, não devemos ser tratados de uma forma paternalista. As pessoas têm direito a ter liberdade e a serem encaminhadas.” “Há também que trabalhar muito na literacia dos technical advisers, dos supostos pensadores ou influenciadores de política”, adianta Adalberto Campos Fernandes.

“Vamos querer com a literacia trabalhar o lado brilhante da lua, ou vamos estar permanentemente a acompanhar aqueles que estão no lado escuro da lua?” questiona Adalberto Campos Fernandes.

Nesta conversa, Andrea Lima alertou ainda para a falta de informação clara e acessível ao cidadão comum, que muitas vezes resulta em más decisões de saúde: “Há uma grande dificuldade em saber onde se dirigir para um problema de saúde simples, e isto leva muitas pessoas a recorrerem às urgências sem necessidade”.

“O Serviço Nacional de Saúde é um sistema que é complexo, com várias entradas o que obriga a que a população tenha de ter múltiplos conhecimentos de como pode aceder a essas várias entradas. É fundamental formar as pessoas com esta pedagogia, que vai permitir uma melhor utilização e uma melhor rentabilização dos recursos que são escassos”, esclarece Pedro Lavinha. Estes são alguns dos momentos desta conversa. Convidamos a ouvir o episódio na íntegra aqui (https://open.spotify.com/show/1kl3ed8maEGoSnLZ9HBzOZ).

O podcast surge integrado no projeto “Saúde que Conta”, uma iniciativa da ENSP NOVA com o apoio da Lilly Portugal, que, desde 2011, aborda temas com impacto na comunidade, nos custos em saúde e na economia, contribuindo para uma maior informação, acompanhamento, apoio e literacia em saúde.

Fonte: 
Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP NOVA)
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
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