50% das mulheres na menopausa enfrentam dificuldades com o sono
A AASM estima que até 50% das mulheres na menopausa enfrentem dificuldades com o sono, com destaque para os conhecidos afrontamentos e suores noturnos, que são responsáveis pela fragmentação do sono. Mas não só: durante a menopausa, muitas mulheres relatam um aumento da incidência de insónias, seja pela dificuldade em adormecer, ou pela dificuldade em manter um sono contínuo, devido a despertares frequentes e maior dificuldade em voltar a adormecer. Outros sintomas comuns são os despertares noturnos frequentes, a sensação de sono não reparador, o cansaço ao despertar, o estado de espírito mais depressivo ou ansioso.
Com as alterações hormonais e o aumento de peso, o ressonar torna-se muito comum na mulher nesta fase da vida. Além da roncopatia simples, também a apneia do sono – paragens respiratórias durante o sono – se torna mais prevalente, com até um terço das mulheres a relatar este problema. Os sintomas mais comuns na apneia do sono são a sonolência diurna excessiva, o ressonar e as paragens respiratórias.
Outro distúrbio frequentemente diagnosticado nesta fase é a síndrome das pernas inquietas, caracterizado por uma sensação desconfortável nas pernas e uma necessidade irresistível de as mover, que tende a agravar-se durante a noite e com o repouso, afetando mais de metade das mulheres na menopausa.
"É essencial que as mulheres na menopausa reconheçam estes distúrbios do sono e saibam que existe tratamento. A adoção de uma boa higiene do sono pode ser uma ferramenta crucial de prevenção, mas, acima de tudo, é fundamental procurar ajuda especializada. O acompanhamento especializado em medicina do sono serve para isso mesmo, para encontrar estratégias terapêuticas que ajudam as mulheres a recuperar a qualidade do sono e, desta forma, o bem-estar físico e mental”, explica Vânia Caldeira, médica pneumologista e especialista em Medicina Sono na Clínica Hugo Madeira.