4.ª edição da bolsa “Capital Humano em Saúde” quer ajudar a gerir a transição para ULS
As candidaturas estão abertas até 9 de fevereiro e serão selecionadas até 10 instituições de saúde para participar na primeira fase do programa: um bootcamp de um dia dedicado ao tema “Desafios da Transição”, focado em diagnosticar as necessidades e problemas atuais na gestão da transição de cada instituição.
Como criar um projeto de transição para a integração de cuidados? Este será o grande desafio das 10 instituições finalistas, que terão de apresentar o seu projeto de transição na Conferência de Valor da APAH, no final de março. Os dois vencedores irão implementar o projeto durante o ano de 2024, com o apoio especializado da nobox.
“A gestão de organizações de saúde enfrenta cada vez maiores desafios. Por um lado, uma grande pressão na produção e nos resultados e, por outro, uma enorme limitação de meios, num contexto de enorme imprevisibilidade. A juntar a tudo isto, vivemos agora uma das maiores reformas do SNS, com a implementação das ULS”, começa por explicar o presidente da APAH, Xavier Barreto.
“Atendendo à dimensão e complexidade das mudanças, é preciso planear desde já o caminho de transição e conseguir mobilizar e envolver os profissionais de saúde, sem os quais nenhum projeto de integração de cuidados poderá ter sucesso. É isso que esta bolsa procurará facilitar, ajudando as equipas das instituições nesse caminho”, continua.
A nobox, entidade responsável pelo apoio às equipas, irá trabalhar ativamente com as instituições no diagnóstico dos seus desafios e lacunas atuais e na construção de projetos que promovam uma maior colaboração e articulação entre as diferentes equipas do hospital, para cuidados mais centrados no doente. Em simultâneo, durante a bolsa, as equipas de projeto desenvolverão também competências de gestão de mudança, para que sejam capazes de liderar a mudança dos seus projetos.
“As ULS já estão a funcionar, mas infelizmente a maior integração de cuidados que prometem não acontece por decreto. É necessário agora criar as estruturas internas nas novas ULS, que auscultem, envolvam e capacitem os profissionais e equipas para construírem e implementarem novos projetos de integração de cuidados. Ou seja, é preciso garantir que quando um médico ou enfermeiro identificar uma área de possível melhoria na articulação, vai encontrar uma organização preparada para o ajudar a acelerar o trabalho de transposição da ideia teórica para a prática, com menor burocracia e com vias verdes para a inovação e integração de cuidados”, destaca o médico e cofundador deste projeto, Diogo Silva.