18% das infecções hospitalares ocorrem durante as cirurgias
No âmbito da adesão de Portugal ao 2º desafio da World Alliance for Patient Safety – “Safe Surgery Saves Lives”, em Dezembro de 2009, está a ser implementado o
Os doentes que contraem uma Infecção do Local Cirúrgico (ILC) têm 60% maior probabilidade de necessitar de cuidados intensivos; cinco vezes maior probabilidade de serem re-internados e duas vezes maior probabilidade de morte.
De acordo com os últimos Estudos Nacionais de Prevalência de Infecção, a infecção do local cirúrgico é a 3ª infecção associada aos cuidados de saúde mais frequente. Esta está ligada a alta morbilidade, mortalidade e elevados custos.
Elena Noriega, Enfermeira Consultora da Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses (AESOP), explica que “a infecção do local cirúrgico é uma das mais evitáveis. Os riscos podem ser minimizados com a adopção de boas práticas durante o período perioperatório nomeadamente através de:
- Preparação pré-cirúrgica das mãos da equipa cirúrgica, preferencialmente com uma solução à base de álcool;
- Interdição de unhas artificiais, verniz ou outros adornos por parte de todos os profissionais de saúde que prestam cuidados directamente aos doentes;
- Maior adequação da utilização de antibióticos (o uso excessivo, subutilização, tempo inadequado e desadequada utilização de antibióticos ocorre em 25% -50% das operações);
- Vigilância Epidemiológica (VE) e a divulgação de resultados à equipa cirúrgica. Em vários países europeus foi demonstrado que esta medida reduz entre 25% a 74% a Infecção do Local Cirúrgico.
Em Portugal, existe um programa de VE em rede Europeia, mas segundo o relatório de Vigilância das infecções do local cirúrgico (helics-cirurgia Relatório 2006-2010) publicado pela DGS a adesão dos hospitais ainda é muito baixa.
O projecto “Cirurgia Segura, Salva Vidas” e as orientações do Programa de Prevenção e Controlo de Infecções e Resistências aos Antimicrobianos (PPCIRA) vêm reforçar a obrigatoriedade por parte dos serviços cirúrgicos de fazerem a Vigilância Epidemiológica da Infecção do Local Cirúrgico.
“Por todas estas razões torna-se um imperativo ético divulgar as normas de boas práticas, verificar se são cumpridas, implementar medidas preventivas e adoptar as boas práticas salvaguardando assim a segurança e o cuidado aos doentes”, finaliza Elena Noriega.
Painéis de Discussão do XVI Congresso Nacional da AESOP:
1º Painel: Segurança do Doente
2º Painel: Combate à infecção do local cirúrgico – um imperativo ético
3º Painel: Como tornar um bloco operatório mais eficiente
4º Painel: Ser cuidado para cuidar
5º Painel: Desafio cirurgia segura
6º Painel: Prática baseada na evidência
O XVI Congresso decorre de 27 a 29 de Março no Centro de Congressos do Estoril.
Sobre a AESOP
A Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses – AESOP – é uma organização profissional, de âmbito nacional, sem fins lucrativos, fundada em Fevereiro de 1986 e considerada como Entidade Colectiva de Utilidade Pública desde 28 de Setembro de 2001. Em 1989 iniciou o trabalho com um grupo de enfermeiros europeus para a criação de uma Associação Europeia de Enfermeiros de Sala de Operações que foi constituída oficialmente em 1992 sendo portanto a AESOP membro fundador da European Operating Room Nurses Association – EORNA. Os objectivos de ambas as organizações passam por promover a qualidade dos cuidados prestados no bloco operatório, desenvolver a investigação na área dos cuidados pe-rioperatórios.