Governo procura “solução” para “autonomizar” a ADSE
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Em entrevista ao jornal i, Correia de Campos lembra que sempre foi contra a manutenção do sistema da ADSE dentro do Estado, que, em sua opinião, serve apenas para favorecer a medicina privada, que acusa de ser, em Portugal, "muito cartelizada e com preços excessivamente elevados".
O antigo ministro socialista da Saúde, adianta, na entrevista, não fazer sentido que os funcionários públicos sejam beneficiados com um sistema de saúde que não é igual para todos os portugueses, salientando que, desta forma, estão a ser divididos em duas castas.
"Não posso estar mais de acordo com o professor Correia de Campos (...)", disse o atual ministro da Saúde.
"Vamos cumprir o que está no programa do Governo que é procurar uma solução que procure autonomizar a ADSE com sustentabilidade económica e financeira e que tenha em conta aquilo a necessidade de respeitar as expectativas dos trabalhadores da administração pública e da função pública", disse Adalberto Campos Fernandes, que falava à margem do II Congresso do Serviço Nacional de Saúde (SNS) - Património de Todos.
Instado a responder a algumas das críticas e reivindicações de personalidades que discursaram na sessão da abertura do congresso, nomeadamente o presidente da Fundação para a Saúde, Constantino Sakellarides, o presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, o diretor-geral da Saúde, Francisco George, e o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, o ministro da Saúde concordou que as listas de 1.900 utentes por médico carecem de revisão.
"Nós, mais do qualquer outra entidade, temos a preocupação de qualificar a prestação de cuidados, dar condições aos médicos de família para terem tempo para ver os doentes. Infelizmente, temos uma grande carência de médicos de família no país. Esperamos a pouco e pouco ir melhorando. O caminho está a ser feito", disse.
Adalberto Campos Fernandes não quis avançar qualquer compromisso sobre esta matéria, defendendo que, em causa, não está uma "questão de compromisso" mas de "racionalidade, de bom senso e até de qualidade do exercício profissional".
"Temos de ajustar o número padrão de doentes que estão atribuídos na lista, àquilo que é a natureza desses doentes", resumiu.