Grupo Português de Glaucoma promove ações de sensibilização em vários hospitais
Estas iniciativas contam com a colaboração de vários especialistas em Glaucoma que procuram sensibilizar a população para os perigos de uma doença que se estima que afete mais de 100 mil portugueses e cuja incidência tende a aumentar com a idade.
Ainda desconhecido por muitos, o glaucoma é subdiagnosticado e “silencioso” ao provocar danos progressivos na visão sem aviso até às fases mais avançadas da doença. Apesar do tratamento ser eficaz na estabilização desta patologia, é incapaz de reverter as lesões já provocadas. Isto significa que quanto mais precoce o diagnóstico, maior é a visão preservada.
O glaucoma afeta cerca de 80 milhões de pessoas em todo o mundo e apesar de em Portugal não ter o mediatismo das cataratas ou da retinopatia diabética, representa um problema não só de oftalmologia mas também de saúde pública. É a segunda causa mundial de cegueira (cerca de 9 milhões de cegos por glaucoma em todo o Mundo) e a primeira causa de cegueira irreversível evitável. Estima-se que mesmo nos países desenvolvidos só cerca de 50% dos portadores de glaucoma sejam diagnosticados e tratados porque a maioria dos doentes inicialmente não tem alterações visuais percetíveis.
Segundo o coordenador do Grupo Português de Glaucoma (GPG), José Moura Pereira, é fundamental “combater o desconhecimento generalizado sobre esta doença”. “A prevenção é decisiva em qualquer situação clínica”, adverte, mas é-o “especialmente” neste contexto. “O glaucoma é irreversível: não é possível recuperar as fibras do nervo ótico que se perdem com a progressão da patologia, pelo que é preciso tentar travá-la; quanto mais cedo, melhor.”
A “importância do diagnóstico precoce” deste que constitui “um problema de saúde pública, incapacitante para muitos indivíduos”, é igualmente vincada por Maria João Quadrado, presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO).
O GPG vai promover ações de sensibilização em conjunto com os especialistas de glaucoma nos Hospitais de Coimbra, Braga, Viseu, V.N. de Gaia-Espinho, Aveiro e Leiria, com destaque para a reunião científica anual de debate sobre esta patologia que decorrerá na cidade de Viseu, nos dias 11 e 12 de março.