Velocidade e uso do telemóvel são os principais riscos
A velocidade excessiva e o uso do telemóvel durante a condução são os principais comportamentos de risco dos condutores portugueses. A revelação, escreve a Rádio Renascença, é feita num estudo divulgado pela associação para a defesa do consumidor Deco.
Mais de um terço dos inqueridos afirma que excede, de vez em quando, em mais de 20 quilómetros por hora os limites da velocidade definidos para cada tipo de via e 29% indicam que falam ao telemóvel sem qualquer sistema de mãos-livres.
As estradas no interior das localidades, limitadas a 50 quilómetros por hora, são onde se regista mais quantidade de infratores, com 43% dos inquiridos a indicar que circula a mais de 70 quilómetros por hora.
Nas auto-estradas, 40% dos inquiridos confessam que ultrapassam com frequência os 140 quilómetros por hora.
Entre as razões apontadas pelos inquiridos para explicar o excesso dos limites de velocidade estão as ultrapassagens, a necessidade de acompanhar o fluxo de trânsito ou os atrasos.
No entanto, mesmo com pouco tráfego, 43% dos entrevistados admitem ir além dos limites quando circulam em estradas principais.
O estudo da associação para a defesa do consumidor conclui também que as distrações durante a condução são outro problema, sendo o telemóvel o principal culpado.
Cerca de metade dos inquiridos usa o telemóvel durante a condução com frequência, mas recorre a um sistema de mãos-livres, como um auricular ou via Bluetooth. No entanto, três em cada 10 fazem-no sem utilizar qualquer solução.
Destes, a maioria diz que reduz a velocidade ou aumenta a distância para o veículo da frente por considerar que evita assim eventuais perigos.
Enviar mensagens escritas durante a condução é algo que 13% dos inquiridos confessam fazer, sendo que os jovens entre os 18 e os 24 anos são os que dizem adotar este comportamento com mais frequência.
Um condutor que tenha o hábito de usar o telemóvel sem um sistema de mãos-livres ou enviar mensagens escritas corre um risco 83% superior ao de estar envolvido num acidente, diz a Deco.
Um quarto dos entrevistados refere também que muda de CD enquanto conduz – uma atitude que, apesar de não se proibida, implica que o condutor retire os olhos da estrada durante vários segundos.
No que toca aos comportamentos agressivos, 37% dos inquiridos mostram hostilidade quando se aborrece com alguns condutores, 16% ignoram a distância de segurança do veículo da frente, 14% impõem-se para obter uma posição melhor numa fila e 11% ignoram os peões na passadeira.
O inquérito concluiu ainda que quase metade dos condutores inquiridos admitem conduzir cansados e 12% conduzem depois de beber "um copo a mais".
Outros comportamentos potencialmente perigosos são travar de modo brusco (18% dos inquiridos), desligar os máximos muito tarde no cruzamento com um outro veículo (12%) e não alterar a velocidade com o piso molhado (7%).
O inquérito sobre os hábitos de condução mostra ainda que os mais novos tendem a violar mais os limites de velocidade e executar outras tarefas ao volante, enquanto os mais velhos têm mais o hábito de beber bebidas alcoólicas e conduzir a seguir.
Segundo o estudo da Deco, os homens costumam violar os limites de velocidade e conduzir após beber álcool mais do que as mulheres, sendo estas mais cumpridoras na estrada.
Na quinta-feira, a associação de defesa do consumidor publica um inquérito sobre os hábitos de condução na edição da revista “Proteste”. Foram interrogados 1.053 portugueses.