Mononucleose
Em alguns casos, outros vírus podem dar sinais e sintomas muito semelhantes à mononucleose que se denominam síndromes mononucleósidos.
A mononucleose tem a alcunha da “doença do beijo.” Isto deve-se ao facto do vírus Epstein-Barr poder ser transmitido pela saliva, apesar dos espirros e a tosse também poderem transmitir o vírus.
A mononucleose ocorre, tipicamente, quando uma pessoa é infectada, pela primeira vez, com vírus Epstein-Barr apesar de, por vezes, a infecção inicial não ser sintomática. Causa, muitas vezes, uma doença ligeira ou mesmo nenhuma doença.
Manifestações clínicas
Os primeiros sintomas de mononucleose, tipicamente, incluem:
- Febre;
- Dores de cabeça (Cefaleias);
- Dores musculares;
- Fadiga exuberante;
- Sonolência.
Estes sintomas são seguidos muito em breve por:
- Dores de garganta;
- Aumento dos gânglios linfáticos;
- Arrepios;
- Dores nas articulações;
- Perda de apetite e ligeira perda de peso;
- Náuseas e vómitos (por vezes);
- Uma erupção cutânea vermelha, habitualmente, no tórax. Isto é mais provável se a pessoa tiver recebido, recentemente, os antibióticos ampicilina ou amoxicilina;
- Dor abdominal;
- Aumento do baço.
Os sintomas raros incluem:
Nos casos raros, o baço pode aumentar de volume e pode originar uma ruptura. O baço é um pequeno órgão próximo do estômago. Se não for tratada, uma ruptura do baço pode provocar hemorragia interna potencialmente letal.
Diagnóstico
O diagnóstico médico é feito com algumas questões sobre a história médica e sintomas actuais. Os detalhes, relativamente a exposição recente a alguém com mononucleose ou sintomas semelhantes aos da mononucleose, são igualmente importantes.
Durante um exame físico, os sinais de mononucleose a procurar são:
- Febre;
- Vermelhidão da garganta com amígdalas inchadas;
- Inchaço dos gânglios linfáticos no pescoço e noutro local;
- Aumento do baço;
- Erupção cutânea vermelha, em regra no tórax.
As análises ao sangue são importantes para ajudar ao diagnóstico. Os resultados destas análises podem ser normais nos primeiros dias de doença e só surgirem alterados ao fim de uma semana. Dois tipos de análises ao sangue ajudam a efectuar o diagnóstico:
- Leucograma (contagem de leucócitos) diferencial: este teste mede os níveis de diferentes tipos de leucócitos (glóbulos brancos). Nas primeiras semanas da mononucleose, o número de linfócitos (um tipo de leucócitos) é bastante elevado. Também se verifica um grande número de linfócitos com configuração diferente da habitual, denominados “linfócitos atípicos”.
- Anticorpos heterófilos: a mononucleose faz com que os leucócitos (glóbulos brancos) produzam um tipo de anticorpos raro denominado anticorpos anti-heterófilos, que podem ser identificados no sangue.
Evolução Clínica
Em regra, os sintomas são mais intensos durante as primeiras duas a quatro semanas da doença. Mas alguns sintomas, particularmente, fadiga, podem durar vários meses ou mais.
Prevenção
Esta doença é mais contagiosa durante o seu estadio agudo. Isto acontece quando a pessoa afectada ainda tem febre.
Alguém com mononucleose não precisa de estar isolado dos outros. No entanto, muitos médicos recomendam que o doente evite beijar outras pessoas enquanto se sente doente. Isto ajuda a evitar a propagação da infecção.
Algumas autoridades também aconselham evitar a partilha de alimentos, bebidas ou talheres durante as primeiras semanas da doença.
Tratamento
Não há cura médica para a mononucleose. Em regra, ela desaparece por si só.
Grande parte do tratamento centra-se em bastante descanso e ingestão de líquidos.
As bebidas frias, sobremesas geladas e gargarejar com água do mar pode ajudar a melhorar a dor de garganta leve.
Pode tomar-se ibuprofeno ou paracetamol para melhorar a febre e as dores no corpo.
É importante proteger o baço de rupturas. Evite actividades vigorosas, particularmente, desportos de contacto, durante, pelo menos, quatro semanas.
Prognóstico
A maioria dos doentes com mononucleose recupera completamente. Algumas pessoas com a doença desenvolvem amigdalite bacteriana secundária que necessita ser tratada com antibióticos.