Cigarro eletrónico pode prejudicar a gravidez
O mercado para produtos alternativos de tabaco, como o cigarro e narguilé eletrónicos, está a expandir-se rapidamente. Mas a ciência e os regulamentos em torno da segurança dessas opções ainda são incipientes. Quanto mais os cientistas observam os efeitos da vaporização, mais eles se preocupam, escreve o Diário Digital.
“Os nossos dados apontam para a direção de que os cigarros eletrónicos não são nada inofensivos”, afirmou Judy Zelikoff, toxicologista do Centro Médico Langone, da Universidade de Nova Iorque, durante o congresso anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência.
A conferência realizada em Washington reuniu membros de algumas das maiores organizações científicas do mundo.
Zelikoff disse estar preocupada que mulheres grávidas possam fumar cigarros eletrónicos “porque pensam que tais produtos são seguros”. No entanto, testes com animais mostram uma história diferente e sugerem que o uso do e-cigarro pode prejudicar o feto.
Durante a sua pesquisa, ratas grávidas foram expostas ao vapor do chamado e-cig. A cientista da Universidade de Nova Iorque comparou então a ninhada dessas ratas com animais que não entraram em contacto com produtos de tabaco alternativos no útero.
Segundo Zelikoff, os animais jovens apresentaram mudanças no córtex do lobo frontal, a parte do cérebro responsável pela cognição, planeamento e motivação. “Os genes que foram afetados nesses animais estão associados com doenças mentais, como a esquizofrenia”, disse a cientista.
A prole exposta ao vapor do cigarro eletrónico também era hiperativa em comparação com o outro grupo. Além disso, os ratos do sexo masculino produziam uma quantidade menor ou menos ativa de esperma, reduzindo assim a sua capacidade de reprodução.
“É claro que ratos não são seres humanos”, observou Zelikoff. “Trata-se somente de cobaias. Mas se eu estivesse grávida, olharia definitivamente atentamente para esses dados dos testes com animais.”