Rinite alérgica
A rinite alérgica é reconhecida como a doença alérgica mais frequente, sendo que os dados disponíveis indicam que mais de 25 % da população portuguesa tem queixas crónicas de rinite. Apesar de poder surgir em qualquer idade, a idade média de aparecimento é entre os 8 e os 11 anos, sendo a população mais afectada a dos adolescentes e jovens adultos.
A rinite alérgica pode ser sazonal - dependendo de alergénios especiais – ou pode ser perene (constante), ou seja, ocorre o ano todo, com mais intensidade nos meses frios.
Assim, a rinite consiste numa inflamação, por vezes crónica das vias respiratórias superiores (nariz) e dos seios perinasais (área em redor), com impacto ao nível do aparelho respiratório, uma vez que se pode estender até à mucosa dos olhos (conjuntivite), ouvidos (otite), seios perinasais (sinusite) ou faringe (faringite).
A principal causa da rinite é a alergia e, por isso, a doença agrava-se na Primavera, devido aos pólenes e no Outono e Inverno por causa dos ácaros. Contudo, o contacto com outros alergénios, como os ácaros do pó, os pólenes de árvores ou flores ou o pelo de certos animais, desencadeia uma resposta alérgica, com o consequente aparecimento dos sintomas de rinite. Sabe-se também, que a rinite alérgica tem um forte componente genético, pelo que a existência de história familiar de atopia, isto é, tendência para doenças alérgicas, como asma ou eczema atópico, numa pessoa com queixas de rinite, torna mais provável este diagnóstico. Ainda assim, a rinite é uma doença multifactorial.
Sintomas da rinite alérgica
A rinite é uma doença crónica bastante desagradável, uma vez que quando não tratada diminui drasticamente a qualidade de vida dos doentes.
Os principais sintomas que determinam o diagnóstico da rinite alérgica são as dores de cabeça, comichão e vermelhidão do nariz, corrimento nasal aquoso e transparente, espirros, obstrução nasal, comichão na garganta, lacrimejo e comichão nos olhos e, eventualmente, tosse (surge quando o corrimento nasal escorre para a garganta, irritando-a)
Este quadro clínico pode confundir-se facilmente com uma vulgar constipação. No entanto, é importante relembrar que, normalmente e ao contrário das constipações, que são infecções, a rinite alérgica não se apresenta com febre, nem com queixas generalizadas, como mal-estar geral.
Diagnóstico da rinite alérgica
Normalmente é possível estabelecer o diagnóstico com base na história das queixas do doente. No entanto, e uma vez que se trata de uma alergia, é importante identificar o ou os alergénios responsáveis por despoletar as queixas de rinite. Assim, se o médico considerar pertinente, pode pedir a realização de exames complementares como: testes cutâneos alergológicos, que correspondem aos conhecidos testes de picada, pesquisa de eosinófilos no exsudado nasal, análises de sangue e, às vezes, radiografias.
Tratamento da rinite alérgica
O tratamento da rinite implica três medidas diferentes: eliminação das causas (também designada de profilaxia ambiental), uso de terapêutica sintomática, de uso tópico ou sistémico, e hiposensibilização ou seja, tratamento com vacinas.
Estes três itens são de igual importância no tratamento da rinite. Não há vacina milagrosa, não há remédio definitivo e não há possibilidade de afastamento absoluto de alergénio. Se os três itens forem equilibrados, o resultado é o espaçamento das crises de espirros, comichão e corrimento nasal e a diminuição da intensidade dos sintomas.
Assim, após o médico determinar com precisão as causas da rinite, o doente pode evitar esses factores desencadeantes. Por exemplo, ao perceber que é o pó dos tapetes, os pelos dos animais ou as estantes de livros que lhe provocam os espirros ou a comichão no nariz, deve então evitar a exposição ao alergénio causador da reacção alérgica.
No que toca à terapêutica medicamentosa podem ser utilizados os anti-histamínicos, descongestionantes nasais ou corticosteroides tópicos nasais, aplicados em casos mais graves, que ajudam a minimizar os sintomas associados à rinite.
Em casos específicos e seleccionados, pode recorrer-se à imunoterapia – utilização de vacinas – para tratamento do problema. A imunoterapia específica, vulgarmente conhecidas como vacinas anti-alérgicas, têm como principal benefício a redução dos anticorpos.
Alguns conselhos:
1. Manter os ambientes em que circula bem limpos;
2. Aspirar a casa com frequência;
3. Usar coberturas de colchão anti-ácaros;
4. Se necessário, remover cortinas e tapetes de casa;
5. Evite passeios pelo campo (em particular durante dias ventosos e durante a Primavera);
6. Utilize óculos de sol;
7. Feche as janelas de casa (sobretudo durante os dias ventosos e de Primavera);
8. Se tem alergia ao pelo de animais, evite o contacto com o animal e a sua presença em casa.