Cuidados a ter

Calor em lares de idosos

Atualizado: 
26/09/2014 - 11:27
Idosos com mais de 75 anos apresentam maior probabilidade de efeitos graves decorrentes da exposição ao calor. A exposição ao calor intenso constitui uma agressão para o organismo, podendo desencadear efeitos graves, como desidratação, agravamento de doenças crónicas, esgotamento, golpe de calor ou mesmo a morte.
Calor idosos

Medidas gerais de prevenção

Edifício

  • Verificar o funcionamento do sistema de ar condicionado, se existir e garantir a sua manutenção (temperatura média de 25ºC em pelo menos uma divisão ampla do edifício);
  • Fechar as janelas e respectivos meios de protecção, particularmente das fachadas mais expostas ao sol, mantendo-as dessa forma enquanto as temperaturas exteriores se encontrarem mais elevadas que as interiores;
  • Manter as portas exteriores abertas o mínimo de tempo possível, de forma a minimizar a entrada de ar quente;
  • Assegurar que existe pelo menos uma divisão ampla e climatizada, para acolher os utentes, na qual estes devem permanecer, pelo menos, três horas por dia no período de maior calor;
  • Ao entardecer, quando a temperatura no exterior for inferior àquela que se verifica no interior do edifício, provocar correntes de ar, tendo em atenção os efeitos prejudiciais desta situação;
  • Colocar termómetros nas salas para avaliar a temperatura ambiente. Se a temperatura for elevada e não existir sistema de climatização, utilizar ventoinhas e distribuir garrafas com gelo pela sala de forma a facilitar a descida da temperatura ambiente;
  • Dispor de um número suficiente de sistemas de ventilação, nebulizadores de água e toalhas/toalhetes húmidos.

Alimentação

  • Assegurar o aprovisionamento de água e gelo;
  • Assegurar a distribuição de bebidas frescas (água e sumos naturais de fruta sem adição de açúcar), evitando bebidas alcoólicas e com elevados teores de açúcar;
  • Elaborar ementas com elevado teor de água e ricas em sais minerais (frutas, legumes crus, sopa e pão). As refeições devem ser fraccionadas ao longo do dia;
  • Acautelar as condições de armazenamento e conservação dos alimentos (frigoríficos, arcas congeladoras).

Utentes/vigilância

  • Evitar que os utentes permaneçam nas divisões mais expostas ao sol, devendo estes, preferencialmente, permanecer nas divisões viradas a Norte;
  • Verificar as reservas de soros intravenosos (se aplicável);
  • Elaborar planos de vigilância e de acção em caso de calor intenso, particularmente das pessoas em risco;
  • Definir um plano preciso para a eventualidade de uma situação de crise e/ou de alerta, relativamente aos seguintes pontos:
  1. Mobilização de profissionais;
  2. Adaptação dos planos de vigilância e acção;
  3. Solicitação da colaboração dos familiares dos utentes;
  4. Solicitação da colaboração de redes de voluntários.
  • Atenção a todas as modificações de comportamento.

Sensibilização

Sensibilizar os profissionais que estão em contacto com os utentes para os problemas que podem ocorrer numa situação de calor, identificando-os e definindo as medidas de prevenção a tomar.

Medidas individuais de prevenção

Na rua

Não realizar actividades físicas e saídas nas horas em que está mais calor, evitando a exposição solar entre as 11 e as 17 horas.

Alimentação/bebidas

  • Se não houver contra-indicação, fazer com que os utentes bebam, pelo menos, 1,5 litros de água por dia. Pode-se ainda utilizar sopas, caldos, leite e derivados e sumos de fruta naturais;
  • Planificar a ingestão de água em intervalos regulares, identificando sobretudo as pessoas que não possuem autonomia suficiente para ingerir líquidos ou mobilizar-se para uma sala mais fresca:
  1. Os que são capazes de beber sozinhos – nestes casos é suficiente estimular a ingestão de líquidos, mantendo-se a necessidade de uma vigilância;
  2. Os que necessitam de ajuda parcial ou total – é necessário organizar a ajuda no sentido de que as pessoas ingiram água regularmente;
  3. Os que têm problemas de deglutição – deverão ser hidratados através das sondas nasogástricas ou através de soros intravenosos, conforme prescrição médica. A boca e os lábios devem ser humedecidos com compressas húmidas.

Vestuário

  • Solicitar aos familiares dos utentes vestuário adequado para o Verão;
  • Vestir os utentes com roupas leves e largas.

Utentes/vigilância

  • Solicitar ao médico assistente de cada utente indicações relativamente à adaptação terapêutica;
  • De um modo geral, fazer um controlo regular da temperatura corporal e do peso dos utentes;
  • Identificar os utentes que se encontram em maior risco, pesá-los regularmente (1 a 2 vezes por semana) e registar o peso. A perda de peso constitui um elemento simples de vigilância;
  • Pulverizar com água a face e todas as partes descobertas do corpo dos utentes com um nebulizador de água;
  • Aplicar sobre a face toalhas/toalhetes húmidos, eventualmente refrescados previamente no frigorífico;
  • Humedecer a boca enxaguando ou nebulizando com água;
  • Garantir que as pessoas tomam duches com água tépida com maior frequência que o habitual;
  • Despistar os seguintes sintomas: dores de cabeça; sensação de fadiga, fraqueza, vertigens, indisposição, desorientação, perturbações do sono.

Sinais de alerta e acções a desenvolver

Os primeiros sinais de um golpe de calor incluem:

As acções a desenvolver incluem:

  • Transferir o utente para uma divisão climatizada;
  • Avaliar a temperatura corporal;
  • Refrescar o utente o mais rapidamente possível:
  • Deitar e envolver com toalhas húmidas;
  • Fazer um duche de água tépida;
  • Nebulizar o utente com água fresca;
  • Dar água a beber, se a pessoa estiver consciente;
  • Não utilizar aspirina ou paracetamol;
  • Contactar o médico;
  • Contactar o serviço Saúde 24 – 808 24 24 24 ou o número de emergência 112.
Fonte: 
Portal da Saúde
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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