Laxantes
Os agentes formadores de volume (farelo, psílio, policarbófilo de cálcio e metilcelulose) aumentam o volume das fezes. O volume aumentado estimula as contracções naturais do intestino e as fezes volumosas são mais moles e mais fáceis de expulsar. Os agentes formadores de volume actuam lenta e suavemente e são considerados um dos métodos mais seguros para facilitar evacuações regulares. Estes produtos ao princípio são tomados em pequenas quantidades. A dose vai sendo aumentada de modo gradual até se atingir a regularidade. As pessoas que utilizam agentes formadores de volume também devem beber líquidos em abundância.
Os agentes emolientes (amolecedores), como o docusato, aumentam a quantidade de água nas fezes. De facto, estes laxantes são detergentes que diminuem a tensão superficial das fezes, permitindo que a água penetre nelas com maior facilidade e as amoleça. O aumento da massa fecal estimula as contracções naturais do intestino grosso e ajuda as fezes amolecidas a deslocarem-se com maior facilidade para o exterior do organismo.
O óleo mineral amolece as fezes e facilita a sua eliminação do corpo. No entanto, pode diminuir a absorção de certas vitaminas lipossolúveis. Por outro lado, se uma pessoa (por exemplo, alguém que se encontre debilitado) inalar acidentalmente (aspirar) óleo mineral, poderá sofrer uma grave irritação pulmonar. Além disso, o óleo mineral escoa-se pelo recto.
Os agentes osmóticos atraem quantidades de água ao intestino grosso, tornando as fezes moles e fluidas. O excesso de líquido também torna as paredes do intestino grosso tensas, estimulando as contracções. Estes laxantes consistem em sais (normalmente de fosfato, de magnésio ou de sulfato) ou açúcares que quase não são absorvidos (por exemplo, lactulose e sorbitol). Alguns agentes osmóticos contêm sódio e por isso podem provocar retenção de líquidos em pessoas com doenças renais ou insuficiência cardíaca, sobretudo quando são administrados em doses elevadas ou de forma muito frequente. Os agentes osmóticos que contêm magnésio e fosfato passam parcialmente para o sangue, podendo ser prejudiciais em pessoas com insuficiência renal. Estes laxantes costumam actuar no prazo de 3 horas e são melhores no tratamento da prisão de ventre do que na sua prevenção. Também são utilizados para eliminar as fezes do intestino antes dum exame radiológico do tracto digestivo (gastrointestinal) e antes duma colonoscopia (exame do intestino grosso mediante um tubo flexível de visualização).
Os laxantes estimulantes estimulam directamente as paredes do intestino grosso, provocando a sua contracção e deslocando as fezes. Contêm substâncias irritantes como o sene, a cáscara-sagrada, a fenolftaleína, o bisacodilo ou o óleo de rícino. Normalmente, provocam uma evacuação semi-sólida no prazo de 6 a 8 horas, mas, muitas vezes, também provocam cólicas. Quando são administrados em forma de supositório, costumam actuar em 15 a 60 minutos. O uso prolongado de laxantes estimulantes pode danificar o intestino grosso. As pessoas que os utilizam podem tornar-se adictos destes laxantes, desenvolvendo a síndrome do intestino preguiçoso, o qual cria dependência deles. Os laxantes estimulantes são muitas vezes utilizados para esvaziar o intestino grosso antes de exames de diagnóstico e para prevenir ou tratar a prisão de ventre provocada pelos fármacos que atrasam as contracções do intestino grosso, como os opiáceos.