Os pequenos sinais (que não deve ignorar) antes de uma paragem cardíaca
Um novo estudo, que analisou 839 pessoas que sofreram paragens cardíacas inesperadas, concluiu que em 430 casos houve sintomas de aviso nas quatro semanas anteriores. Ou seja, 51% dos doentes ignorou pequenos sinais, que os cientistas depois identificaram em conversa com os próprios ou com os familiares, quando o doente não sobreviveu, escreve o Diário de Notícias.
A descoberta deste "sinais" revela uma "janela de oportunidade que não sabíamos que existia" para, potencialmente, prevenir os episódios súbitos de paragem cardíaca, defende o autor do estudo, Sumeet S. Chugh, do Instituto do Coração do Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles, EUA.
Ao The Wall Street Journal, o especialista explicou que outros estudos anteriores, com um número menor de participantes, mostraram que há sintomas imediatamente antes da paragem cardíaca, mas a possibilidade de existirem sinais nas quatro semanas que a precedem não estava, até agora, documentada.
E estes sinais incluem dores no peito, respiração ofegante, tonturas e palpitações cardíacas, que indicam normalmente problemas no coração mas não são considerados um aviso se forem surgindo espaçadamente e ao longo do tempo.
"As horas antes de uma paragem cardíaca são uma enorme caixa negra", admitiu Benjamin Abella, especialista da Universidade da Pensilvânia. "Este é um dos primeiros estudos que espreita para dentro dessa caixa".
No entanto, a nova pesquisa deixa, no entender de outros peritos, uma questão essencial por responder: deverá a pessoa que sofre destes sintomas contactar imediatamente os serviços de emergência médica? Segundo o autor do estudo, um aparente sintoma de ataque cardíaco, como uma leve dor no peito, não deve levar imediatamente a uma chamada para o 112, até porque iria "criar o caos".
Por isso, e como parte de uma pesquisa que investiga as causas da morte súbita e inesperada, Sumeet S. Chugh tem vindo a recolher dados genéticos, relatórios de autópsias e informação de historiais clínicos, com vista a traçar o perfil dos casos que merecem atendimento médico urgente.
O objetivo é também conceber uma aplicação que possa ser usada num smartphone e que, partindo dos dados recolhidos, consiga avisar a pessoa quando existe risco iminente.