A confeção dos alimentos e o risco de cancro
Já não é novidade que o consumo regular de alimentos fritos, como batatas fritas ou frango, é um fator de risco à saúde cardiovascular e à manutenção de peso. No entanto, nos últimos anos, vários estudos têm demonstrado a relação entre estes alimentos e o cancro, sobretudo o cancro de estômago, esófago e colorretal. Mas não só!
Exemplo disso é uma pesquisa, levada a cabo por especialistas da Fred Hutchinson Cancer Research Center, que mostra que a ingestão destes alimentos aumenta o risco de cancro da próstata.
A conclusão chega depois de terem sido avaliados cerca de mil e quinhentos homens diagnosticados com a doença e o mesmo número de indivíduos saudáveis, que funcionaram como grupo de controlo.
Os resultados da análise mostram que a ingestão de fritos, uma ou mais vezes por semana, aumenta entre 30 a 37 por cento o risco de desenvolver este tipo de cancro.
A explicação está na quantidade de compostos cancerígenos que se desenvolvem a altas temperaturas, durante o processo de fritura.
Na realidade, os óleos vegetais quando expostos a altas temperaturas, por longos períodos, para além de sofrerem de oxidação e verem comprometidas as suas propriedades nutricionais, produzem substâncias perigosas para a saúde. E a sua reutilização multiplica estes efeitos.
Especialistas explicam, por exemplo, que o azeite extra virgem passa por esse processo de transformação, de gordura dita saudável a agente cancerígeno, aos 160 graus.
Também os alimentos fumados são particularmente perigosos para a saúde, uma vez que estes produtos possuem um composto, conhecido por nitrosamina, altamente cancerígeno, e que resulta do processo de defumação.
A ingestão de alimentos com nitrosaminas não só intoxica o nosso organismo como ajuda a aumentar a probabilidade de desenvolver cancro.
Neste caso, há inúmeros estudos que associam este composto ao cancro. Uma destas pesquisas chega mesmo a estabelecer uma relação direta entre a leucemia em crianças e adolescentes com a charcutaria fumada.
Já as carnes grelhadas, quando demasiado queimadas, apresentam os mesmos riscos para a saúde. Isso deve-se aos hidrocarbonetos policíclicos que surgem quando a carne ou as gorduras são queimadas a altas temperaturas, ou quando entram em contato com a chama, no chamado processo de combustão.
Para evitar riscos, aconselha-se que opte por grelhar carnes magras ou retire o excesso de gordura antes de grelhar a carne.
Alguns estudos revelam que marinar a carne em azeite e sumo de limão reduz em 99 por cento a formação destes componentes cancerígenos.
O uso de ervas frescas, como manjericão, hortelã, rosmaninho, tomilho ou coentros em marinada, antes ou durante a grelha, são outra opção saudável para evitar substâncias potencialmente perigosas.