Osteoartrose
De facto, a idade é o fator mais associado ao desenvolvimento de osteoartrose, pois as vulnerabilidades da articulação que vão surgindo com a idade tornam-na mais suscetível à doença. Outros fatores de risco são o sexo (maior risco para as mulheres), o excesso de peso e obesidade, o uso excessivo ou sobrecarga da articulação, em que podemos incluir trabalhos manuais/físicos com movimentos repetitivos ou atividade física demasiado intensa. Factores nutricionais podem também ter um papel importante na osteoartrose, considerando-se que os antioxidantes podem conferir proteção contra a progressão da doença.
O processo degenerativo (estrutural, mecânico e biológico) resulta da diminuição da capacidade de reparação da cartilagem, de alterações hormonais e exposição a fatores ambientais e afeta não só a cartilagem articular, mas toda a articulação, incluindo o osso, os ligamentos e os músculos próximos da articulação, com desenvolvimento de fraqueza e atrofia muscular.
Clinicamente esta doença caracteriza-se principalmente por dor articular, rigidez e limitação funcional. A dor está frequentemente relacionada com a atividade, embora com a progressão da doença se possa tornar constante nas fases mais avançadas. A rigidez articular, em particular de manhã, também é frequente. A incapacidade funcional traduz-se em limitações físicas, dificuldades com os cuidados pessoais, capacidade laboral bem como outras atividades do dia-a-dia.
Assim, esta patologia progressiva, irreversível, muito associada a dor e a perda funcional, leva também a perda de qualidade de vida, com importante impacto em termos sociais e de consumo de recursos de saúde.
Os objetivos principais do tratamento são, portanto, o controlo da dor com um mínimo de efeitos adversos, a manutenção ou melhoria da mobilidade e função da articulação, bem como a melhoria da qualidade de vida.
O tratamento deve ajustar-se a cada doente individualmente e, uma vez que não há apenas uma única terapêutica adequada, as várias recomendações internacionais apontam para a utilização combinada de terapêuticas não farmacológicas e farmacológicas. Um fator a ter em conta quando da escolha do tratamento é a existência simultânea de outas doenças que não só podem aumentar o impacto da osteoartrose como condicionar a escolha terapêutica.
Por último, a cirurgia pode ser necessária em doentes com um longo curso de doença e/ou dor ou disfunção que não responderam a terapêuticas não-cirúrgicas.
Bibliografia
Adaptado de Pereira D, Ramos E, Branco J. Osteoarthritis. Acta Med Port 2015;28(1):99-106.