Uma das mais frequentes doenças do couro cabeludo

Alopécia areata

Atualizado: 
28/06/2019 - 15:13
A alopécia areata é uma situação relativamente comum, em que existe perda de pelos ou cabelos em áreas arredondadas ou ovaladas, sem qualquer processo inflamatório evidente na pele. O folículo piloso mantém-se intacto e o pelo pode renascer.
Pelada na cabeça característica da alopécia areata

É mais comum no couro cabeludo, mas pode afetar qualquer área com pelos, nomeadamente a zona da barba, sobrancelhas, cílios e região púbica.

Em casos raros e mais graves, pode ocorrer perda total do cabelo (alopécia areata total) e perda total dos pelos do corpo (alopécia areata universal).

O que provoca a alopécia areata?

Consiste numa doença auto-imune crónica, de etiologia desconhecida, mediada por células linfocitárias do próprio organismo contra o folículo piloso.

Associada a outras doenças auto imunes (tiroidite auto imune, vitiligo, doença inflamatória intestinal).

Em cerca de 10-20% dos casos existe história familiar associada.

Quando aparece e como se manifesta a alopécia areata?

Pode ocorrer em qualquer idade, embora seja mais comum em adultos jovens (<25 anos). A perda de cabelos é gradual e ocorre ao longo de semanas e meses.

As áreas de alopécia são geralmente bem demarcadas e a pele tem um aspeto normal. Nos limites dessa área, existem caracteristicamente pelos curtos e quebradiços, com extremidade distal mais larga que a proximal, conhecidos como cabelos “em ponto de exclamação”.

As placas de alopécia podem coalescer, estabilizar e algumas resolvem espontaneamente enquanto surgem novas áreas. Quando os pelos voltam a crescer, os novos fios são geralmente mais finos e podem ser brancos ou grisalhos.

Concomitantemente, também pode haver alteração das unhas como pequenas depressões (pitting), unhas rugosas (traquioníquia), separação da unha da sua matriz (onicomadese).

A alopécia areata não é contagiosa.

Qual é o tratamento da alopécia areata?

A doença muitas vezes tem resolução espontânea, mas as recidivas são frequentes e associadas a episódios de stress.

Não há tratamento curativo.

  • O tratamento disponível é direcionado para o infiltrado inflamatório existente:
  • Fármacos tópicos (corticóides) nas lesões únicas ou pouco extensas.
  • Injeção local de corticóide (acetato de triancinolona) nas áreas mais extensas
  • Fármacos orais (corticoides ou ciclosporina), apenas em formas muito extensas e sem resposta à terapêutica local.
  • Terapia com radiação ultravioleta (UVA).

Os doentes que têm envolvimento muito extenso podem optar por utilizar peruca. Para as sobrancelhas, é possível fazer maquilhagem definitiva.

Qual o prognóstico da alopécia areata?

O prognóstico é reservado em casos de envolvimento extenso (<10% recuperam espontaneamente), com início na infância (após a puberdade, há recuperação em 80%), perda de pelos corporais, atopia e história familiar.

Quando há envolvimento limitado com uma ou poucas peladas, o prognóstico é bom. No entanto, a evolução da alopécia areata é imprevisível e cada caso é único.

Estes pacientes devem ser avaliados em consulta de dermatologia.

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Autor: 
Dr.ª Ana Marcos Pinto - Clínica Universitária Dermatológica de Lisboa | Hospital de Santa Maria
Prof. Dr. João Borges da Costa - Clínica Universitária Dermatológica de Lisboa | Hospital de Santa Maria
Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e Instituto de Higiene e Medicina Tropical
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.