Investigação revela

Há uma nova doença sexualmente transmissível

Embora a existência da bactéria 'Mycoplasma genitalium’ já fosse conhecida, uma investigação recente aponta para a sua transmissão através do contacto sexual.

Já ouviu falar de Mycoplasma Genitalium? A bactéria já era conhecida desde os anos 1980, pela sigla MG, mas recentemente tem sido referida como "uma nova doença sexualmente transmissível", graças a uma investigação da University College London que mostrou fortes provas de que a infeção bacteriológica se espalhe através do contacto sexual.

A maioria das pessoas que contrai a infeção diz não ter quaisquer sintomas, o que a torna difícil de detetar, escreve o Diário de Notícias. Algumas mulheres dizem sentir ardor ao urinar e ter sangramentos depois das relações sexuais. Mais de 90 por cento dos homens não manifestam qualquer sintoma. A bactéria MG está ligada à inflamação cervical e à doença inflamatória pélvica, e pode também provocar infertilidade e gravidez ectópica.

Para perceber se a MG se tratava de uma doença sexualmente transmissível, os investigadores, cujo trabalho foi publicado na revista científica International Journal of Epidemiology, procuraram descobrir se existia correlação entre a presença da infeção bacteriológica e a atividade e comportamento sexual. O estudo revelou que dos 4507 homens e mulheres entre os 18 e os 44 anos que tinham atividade sexual com pelo menos um parceiro, 48 mulheres e 24 homens tinham MG. Já numa população de 200 pessoas que nunca tinham tido sexo, não havia nenhum caso de Mycoplasma Genitalium. A equipa descobriu ainda que a infeção era mais comum nas pessoas que tinham tido mais parceiros sexuais ao longo da vida, ou que tinham sexo desprotegido mais frequentemente.

No Reino Unido, onde o estudo foi desenvolvido, estima-se que cerca de um por cento da população com menos de 45 anos esteja infetada com MG, conta o jornal The Guardian.

A doença é tratável com antibióticos comuns, mas não costuma ser diagnosticada por não ser muito conhecida. À CNN, uma médica especialista sublinhou a importância de considerar uma infeção de MG se "houver sintomas de uma infeção mas todos os testes forem negativos".

A melhor forma de estar protegido da doença é usar o preservativo. "Preservativos, preservativos, preservativos", disse ao canal norte-americano a médica Raquel Dardik. "No fundo é uma bactéria, e os preservativos são muito eficazes contra as bactérias".

Fonte: 
Diário de Notícias Online
Nota: 
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