Tempo "inaceitavelmente longo" entre sintomas de tuberculose e diagnóstico
Esta demora existe “apesar dos métodos diagnósticos serem cada vez mais rápidos”, lê-se no documento, elaborado pelo Programa Nacional para a Infeção VIH/Sida.
Tal “pode traduzir maior tempo entre o início de sintomas e a procura de cuidados de saúde por parte do doente assim como uma menor suspeição de tuberculose por parte do clínico que atende o doente”.
“É necessário aumentar a suspeição nas comunidades de maior risco, entre os profissionais de saúde e melhorar o acesso a serviços de tuberculose (centros de diagnóstico de tuberculose ou consultas de tuberculose)”, lê-se no documento.
De acordo com o relatório, em 2014 foram notificados 2.264 casos de tuberculose, dos quais 2.080 eram casos novos, o que representa uma taxa de notificação de 21,8 por 100 mil habitantes.
A taxa de incidência é agora de 20 por 100 mil habitantes, traduzindo uma redução de cerca de 5% da taxa de notificação e de incidência entre 2013 e 2014.
“Atingimos o limiar dos países de baixa incidência, mas ainda enfrentamos grandes desafios”, lê-se no documento.
Os autores sublinham a importância do “tratamento da tuberculose latente nas pessoas infetadas por VIH (o maior fator de risco para o aparecimento da tuberculose) e a diminuição dos fatores de risco sociais associados a esta doença”.
“Tal só será possível, como na infeção por VIH, com o envolvimento de entidades e sectores exteriores ao próprio Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, prosseguiu.
Os autores do relatório, hoje apresentado numa cerimónia que contou com a presença do ministro da Saúde, acreditam que, “tal como em relação à infeção por VIH, não será utópico pensar que Portugal, em 2030, também será um país onde a tuberculose não será uma ameaça de saúde pública”.