Dia Mundial da Prematuridade

Prematuridade em Portugal

Atualizado: 
17/11/2021 - 12:33
De acordo com a Organização Mundial de Saúde nascem, todos os anos, cerca de 13 milhões de bebé prematuros em todo o Mundo. Em Portugal, a prematuridade representa nove por cento dos nascimentos. Por cá, nascem entre 900 a mil bebés com menos de um quilo e meio.

A duração normal de uma gravidez é de 37 a 42 semanas. Quando os bebés nascem antes das 37 semanas de idade gestacional, estamos perante um bebé prematuro ou pré-termo.

O bebé prematuro nasce com uma imaturidade dos seus órgãos e sistemas (respiração, controlo da temperatura, digestão, metabolismo, etc.), o que o torna mais vulnerável a determinadas enfermidades e, também, mais sensível a determinados factores externos (como a luz e o ruído).

Um bebé prematuro pode ter uma de três classificações, de acordo com a sua idade gestacional:

Pré-Termo Limiar: que nasce entre as 33 e as 36 semanas de idade gestacional e/ou tem um peso à nascença entre 1500g e 2500g.

Prematuro Moderado: que nasce entre as 28 e as 32 semanas de idade gestacional e/ou tem um peso à nascença entre 1000g e 2500g.

Prematuro Extremo: Aquele que nasce antes de ter completado as 28 semanas de idade gestacional e/ou pesa menos de 1000g. Como consequência desta maior imaturidade, é classificado como grande prematuro e apresenta problemas mais frequentes e mais graves.

Características do bebé prematuro:

  • Tamanho pequeno
  • Baixo peso ao nascer
  • Pele fina, brilhante e rosada, por vezes coberta por lanugo (penugem fina)
  • Veias visíveis sob a pele
  • Pouca gordura sob a pele
  • Cabelo escasso
  • Orelhas finas e moles
  • Cabeça grande e desproporcional em relação ao resto do corpo
  • Músculos fracos e actividade física reduzida (ao contrário de um lactente de termo, um lactente prematuro tende a não elevar os membros superiores e inferiores)
  • Reflexos de sucção e de deglutição fracos ou inexistentes
  • Respiração irregular

Dados da Direção-Geral da Saúde mostram que 1% dos bebés, que nasceram entre 2009 e 2012, tinham menos de 1,5 quilos. Dez anos antes – em 1999 – esta taxa rondava os 0,8 por cento, o que significa que a prematuridade tem vindo a aumentar em Portugal.

A idade avançada da mulher, tabagismo, stress, hipertensão, obesidade e diabetes estão entre as principais causas da prematuridade.

Sabe-se que a média de idade da mulher, durante a primeira gravidez, ronda os 31,5 anos. No entanto, há cada vez mais mulheres que são mães depois dos 35 anos - idade a partir da qual aumenta o risco de nascer um prematuro.

Também os tratamentos de fertilidade – que aumentam o risco de gravidez gemelar - contribuem para o aumento do número de bebes pré-termo.

As possibilidades de sobrevivência de um bebé prematuro estão condicionadas pela sua idade gestacional, o peso ao nascer e pela presença de problemas de saúde significativos aquando do seu nascimento.

Hoje em dia, o limiar da viabilidade para um bebé prematuro são 25 semanas e 600 gramas de peso.

Antes disso, há 50% de probabilidades de o bebé sofrer alterações graves do desenvolvimento, displasias broncopulmonares, alterações sensoriais graves (como a cegueira ou surdez) e paralisia cerebral.

Na realidade, dados revelam que 10% dos prematuros – que nascem com menos de 32 semanas – sofrem de paralisia cerebral e 25% têm atrasos no desenvolvimento.

Artigos relacionados: 

1 em cada 10 bebés nasce prematuro

Retinopatia de prematuridade: bebés muito prematuros são os que apresentam maior risco de cegueira

“A paralisia cerebral não é uma doença mental”

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Foto: 
ShutterStock