Avanços significativos, mas insuficientes na luta contra tuberculose
De acordo com o último relatório da OMS sobre a doença, uma das principais causas de mortalidade no planeta, a maioria dos avanços registou-se desde 2000, quando foram aprovados os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio pelas Nações Unidas.
No total, as intervenções médicas com meios de diagnóstico e tratamentos eficazes permitiram salvar 43 milhões de pessoas nos últimos 15 anos e a incidência da tuberculose diminuiu 18% neste período, assinala a OMS.
“O relatório mostra que a luta contra a tuberculose teve um impacto enorme em termos de vidas salvas e de curas”, congratula-se a diretora-geral daquela agência da ONU, Margaret Chan.
“Estes avanços são reconfortantes, mas se o mundo quer acabar com esta epidemia é preciso reforçar os serviços e, fundamentalmente, apostar na investigação”, adiantou.
Para combater a tuberculose “é necessário preencher as lacunas na deteção e tratamento, assim como no financiamento, e desenvolver novos medicamentos, vacinas e meios de diagnóstico”, indicam os autores do relatório apresentado em Washington.
O estudo refere ainda que o número de novos casos foi de 9,6 milhões em 2014, superior aos dos anos anteriores.
Mais de metade dos casos de tuberculose foi registada na China, Índia, Indonésia, Nigéria e Paquistão.
“Os avanços conseguidos estão longe de ser suficientes”, lamentou Mario Raviglione, diretor do programa mundial de luta contra a tuberculose da OMS.
Assinalou que a doença “causa ainda 4.400 mortos por dia, um número inaceitável numa altura em que se pode diagnosticar e curar quase todos os doentes”.