Médicos dizem

Tatuagens estão mais seguras, mas efeitos ainda são desconhecidos

A imagem de rebeldia associada às tatuagens ficaram para trás, juntamente com antigos padrões baixos de higiene. Mas, apesar dos desenhos terem ficado mais populares e seguros, ainda há dúvidas sobre os seus efeitos a longo prazo e até mesmo sobre a composição das tintas, afirma um artigo publicado na Lancet.

O texto, escrito por autores de dez diferentes países, incluindo EUA, Reino Unido e Alemanha, afirma que pouco se sabe sobre os riscos toxicológicos dos materiais usados nas tatuagens, escreve o Diário Digital.

De acordo com o artigo, apesar de as tintas modernas conterem principalmente pigmentos orgânicos, metais pesados ainda aparecem em algumas análises.

E mais: um estudo feito na Dinamarca e publicado no Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology apontou que seis de 58 embalagens de tinta lacradas estavam contaminadas com bactérias.

Segundo Christa De Cuyper, dermatologista do Hospital AZ St. Jan, em Bruges, na Bélgica, os requerimentos em relação às tintas na Europa são insuficientes para garantir um uso seguro.

Ela vai na mesma linha dos autores do artigo citado e diz que as tintas precisam de ser testadas quanto ao seu potencial de toxicidade, fototoxicidade, a migração das substâncias, o potencial cancerígeno e a possível conversão metabólica dos ingredientes das tintas. Mas, antes, afirma, é necessário ter um único padrão na Europa para assegurar a segurança das tatuagens, como uma lista de ingredientes e pigmentos seguros, por exemplo.

“Em muitos casos, os ingredientes nem sequer aparecem nos rótulos. Esse mercado é mal controlado”, afirmou De Cuyper no Congresso Europeu de Dermatologia, que ocorreu em Copenhaga.

A própria FDA (agência reguladora de alimentos e medicamentos nos EUA) admite que não exerce a sua atividade regulatória em relação às tintas para tatuagem por causa de outras prioridades relacionadas com a saúde pública.

A agência, porém, tem investigado a composição química das tintas e como estas são metabolizadas no corpo, a segurança delas a curto e longo prazo e como o corpo responde à interação da luz com as tintas, mas ainda não há esses dados.

Fonte: 
Diário Digital
Nota: 
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