PSP não quer fotos de caras de crianças nas redes sociais
Será mesmo necessário publicar fotos com as caras das suas crianças de forma ostensiva? Proteja-se e pense duas vezes antes de postar uma imagem nas redes sociais. O alerta é dado pela Polícia de Segurança Pública (PSP) na sua página oficial de Facebook (que conta com 328 mil "gostos"), escreve o Diário de Notícias, pretendendo assim esta força de segurança que os pais tenham mais atenção na proteção da imagem dos seus filhos. Campanha que foi divulgada na quinta-feira em português e ontem na versão inglesa.
"A melhor forma de o proteger é evitar que apareça aqui para sempre. Não publique caras de crianças, não mencione nomes e locais, não arrisque aqui: a decisão é sua", diz a campanha lançada pela força de segurança. O porta-voz da Direção Nacional da PSP, Paulo Flor, explica ao DN: "Uma foto que se publica na internet é para sempre. O que nós aconselhamos é, caso algum pai tenha dúvidas, não o faça." Alerta, todavia, que Portugal é um país "em que felizmente o rapto de crianças por desconhecidos é pouco expressivo". A par desta campanha, em fase de férias, a PSP alerta ainda para o programa "Vigilância a residências" que permite a passagem de agentes da PSP junto das residências vazias em altura de férias para evitar assaltos.
Relação com decisão polémica
Numa decisão tornada pública no final de julho, o Tribunal da Relação de Évora impediu um ex-casal de pais de publicar fotos da filha de 12 anos nas redes sociais. Os desembargadores responsáveis pela decisão - tomada durante um processo de regulação das responsabilidades parentais - defenderam que "os filhos não são coisas ou objetos pertencentes aos pais". Os juízes desembargadores sustentaram a sua tese com o direito à imagem dos filhos, considerando que os menores não são pertença dos pais mas pessoas com direitos. E relembraram os números crescentes das estatísticas de abusos sexuais de menores. "O exponencial crescimento das redes sociais nos últimos anos e a partilha de informação pessoal leva a que os que desejam explorar sexualmente as crianças consigam selecionar os seus alvos para realização de crimes", escreveram os juízes, que proibiram também os pais de revelar informação que leve à identificação da filha ou aos locais que ela frequenta.