Viagens estimulam comportamento sexual de risco entre as mulheres
O objetivo do estudo, segundo o Diário Digital, era determinar os destinos turísticos mais propícios para a exposição das mulheres ao sexo. Para isso, as entrevistadas foram convidadas a avaliar 23 práticas ou situações de acordo com a sua perceção de grau de risco, como, por exemplo, ter sexo sem preservativo com um estranho, ou trocar intimidades com um desconhecido sob influência de álcool ou drogas.
O trabalho, das pesquisadoras Liza Berdychevsky, da Universidade de Illinois, e Heather Gibson, da Universidade da Florida, foi publicado na revista online Tourism Management.
Segundo as cientistas, certos ambientes ou destinos turísticos geram uma espécie de sensação alterada da realidade, o que pode aumentar a propensão a situações de experimentação sexual sem uma perceção tão clara dos riscos e das consequências a longo prazo.
As entrevistas deixaram claro que o consumo elevado de álcool foi o principal facilitador de práticas sexuais de risco. A bebida, segundo os relatos das mulheres, foi usada como desculpa ou mesmo para tomar coragem de experimentar algo diferente em relação ao sexo. O uso de roupas mais insinuantes, assim como o prazer de estar longe da rotina e das expectativas sociais foram outros fatores apresentados por elas para justificar o risco sexual.
A ideia de nunca mais ver o parceiro de novo, e a possibilidade de manter o anonimato foi outro fator motivador para muitas mulheres, mas algumas até relataram que o risco, em si, era o que mais estimulava a procurar novas experiências durante as viagens de férias.
Para Berdychevsky, todos esses aspetos ajudam as mulheres a libertarem-se de barreiras psicológicas e inibições. Além de fazer com que sintam novas emoções, a experimentação sexual traz uma sensação de “poder” ao regressar a casa.
A pesquisa também constatou que mulheres que já tinham se envolvido, antes, com algum turista tinham uma noção maior do perigo de certos comportamentos.
O sexo com penetração sem preservativo foi a atitude classificada como a de maior risco pelas entrevistadas. No entanto, muitas mulheres subestimaram os riscos de atividades sexuais sem penetração e superestimaram o grau de proteção oferecido pelos preservativos. Vale lembrar que o preservativo nem sempre garante 100% de proteção contra algumas infeções, como o HPV.
Para as investigadoras, os resultados mostram que é preciso valorizar essas informações em campanhas de prevenção específicas para esse público. Viajar é uma delícia, assim como fazer sexo. Só é preciso ter sempre em mente que as DST (doenças sexualmente transmissíveis) não tiram férias.