Diálise

Atualizado: 
31/08/2015 - 12:34
A insuficiência renal é caracterizada pela perda parcial ou total da função renal, com uma origem multifactorial, deevolução gradual ou brusca. Apesar de não existir cura e de haver danos associados, nalguns casos é possível travar a doença e recuperar parte ou totalidade da função dos rins.

Nos casos em que não é possível travar a evolução da doença ou naqueles em que a lesão é muito significativa, a parte que continua em funcionamento ir-se-á degradando e o seu trabalho de limpeza será insuficiente.

Devido a esta insuficiência da função dos rins, acumulam-se no organismo substâncias que são normalmente eliminadas na urina.

A Insuficiência Renal Crónica Avançada é uma doença que põe em risco a vida do doente e requer tratamento para substituir algumas das funções que o rim já perdeu -Tratamento de Substituição da Função Renal (TSFR).

Estes tratamentos de substituição podem ser:

Domiciliários

  • Diálise Peritoneal Automática (DPA) e Diálise Peritoneal Contínua Ambulatória (DPCA)
  • Hemodiálise Domiciliária

Em hospitais ou centros especializados

  • Hemodiálise
  • Transplantação Renal: é a opção que proporciona um tratamento mais próximo do funcionamento dos rins saudáveis. Os transplantados podem ter uma vida relativamente normal, com poucas restrições alimentares.

Porquê a Diálise em Casa?

Alguns estudos demonstram que entre 35 e 55% dos doentes preferiam ser tratados em casa, caso tivessem opção de escolha1,2. Adicionalmente, cerca de 50% dos médicos nefrologistas pensa que a Diálise Domiciliária é a melhor opção de tratamento para a diálise a longo prazo3.

Do ponto de vista clínico a Diálise Peritoneal (DP) oferece algumas vantagens, das quais destacamos:

  • Globalmente, os doentes em DP apresentam uma sobrevida semelhante ou melhor face aos doentes em HD3-11 
  • Os doentes em DP têm menor taxa de infecções do que os doentes em HD e as infecções em doentes em DP causam menos hospitalizações e contribuem para um menor risco de vida12-17 
  • A DP é mais adequada aos objectivos dos doentes de longo prazo - resultados melhorados após transplantação e preservação do capital vascular19-21 
  • Os doentes em DP apresentam um grau de satisfação superior com a sua terapêutica e uma maior qualidade de vida 22-23. 

Neste sentido, a Diálise Peritoneal, poderia ser incrementada de 6% para valores mais próximos da realidade europeia. Tendo em conta a existência de duas opções de diálise, a Diálise Peritoneal e a Hemodiálise, e que do ponto de vista clínico, em média, cerca de 70% dos doentes com Insuficiência Renal Crónica são elegíveis para Diálise Peritoneal, poderia chegar-se a uma penetração de 35% de DP.24

Uma das principais razões para esta discrepância prende-se com a falta de informação sobre as várias opções de diálise entre os doentes, mas também entre os profissionais de saúde.

A Diálise Domiciliária (quer seja Diálise Peritoneal ou Hemodiálise Domiciliária) é sinónimo de mais liberdade e flexibilidade. Em casa, os doentes podem planear os tratamentos de acordo com as suas necessidades e horários, não sendo necessárias deslocações periódicas a instituições de cuidados de saúde. Os doentes em Diálise Peritoneal realizam entre uma a duas visitas por mês, em média à unidade de saúde. Adicionalmente, os doentes em DP têm menores problemas relacionados com infecções que os obriguem a deslocar-se ao centro, sendo esta uma das razões mais comuns de internamento de doentes em diálise no hospital.

Em suma, de uma forma geral, as pessoas em diálise domiciliária podem ter um estilo de vida muito mais independente, com maior liberdade para trabalhar e continuar a sua actividade diária.

Diálise Peritoneal Automática (DPA)

  • A DPA efectua-se em casa, normalmente à noite, enquanto se está a dormir. Uma máquina (cicladora) controla o tempo para efectuar as trocas necessárias, drena a solução utilizada e introduz a nova solução de diálise na cavidade peritoneal.
  • No início do tratamento énecessário preparar as linhas e as soluções, ligar a máquina e conectar o cateter do doente. A cicladora efectuará as trocas programadas normalmente durante 8-10 horas. De manhã, o doente só tem que se desligar da máquina.
  • As máquinas de Diálise Peritoneal Automatizada são seguras, são fáceis de gerir e podem ser utilizadas em qualquer lugar em que haja electricidade.
  • Trata-se de uma opção de tratamento ideal para as pessoas que trabalham, para as crianças em idade escolar e para aqueles que precisam de ajuda para realizar diálise (Diálise Peritoneal assistida).

Diálise Peritoneal Contínua Ambulatória (DPCA)

  • A maioria dos doentes em DPCA precisa de efectuar 3 ou 4 trocas diárias. A drenagem do líquido requer entre 10 a 20 minutos e a duração da infusão da nova solução é de 5 a 10 minutos.
  • Para a aprendizagem são necessárias entre uma a duas semanas, não sendo necessárias agulhas.
  • O tratamento pode ser feito em casa, no local de trabalho ou outro local que tenha condições adequadas, podendo ser adaptado a diversos horários consoante as necessidades.
  • É preciso dispor de espaço em casa para guardar o material necessário à realização da terapêutica.
  • A dieta e a ingestão de líquidos habitualmente são menos restritivos do que no tratamento de hemodiálise.

Para mais informação contacte:· APIR - Associação Portuguesa de Insuficientes Renais

Via Principal de Peões, Lote 105, Loja B, Zona I, Chelas, 1950-244 Lisboa

Telefone: +351 218 371 654 Fax:+351 218 370 826

Internet: http://www.apir.org.pt E-Mail: [email protected] 

Referências:(1) Wolf JL et al. Aging Soc Policy 2008;20(2):182-200

(2) Ravanni P et al. Journal of nephrol (2003); 16:862-869, 870-877

(3) Ledebo I. NDT Plus 2008 Sept 13 epub

(4) Lameire N, Van Biesen W. What can we learn from registry data on peritoneal dialysis outcomes? Contrib Nephrol 2009; 163: 227-236.

(5) US Renal Data System (USRDS) 2009 annual report.

(6) Kramer A, Stel V, Zoccali C et al. An update on renal replacement therapy in Europe: ERA-EDTA Registry data from 1997 to 2006. Nephrol Dial Transplant 2009; 24(12): 3557-3566.

(7) Heaf JG, Lokkegaard H, Madsen M. Initial survival advantage of peritoneal dialysis relative to haemodialysis. Nephrol Dial Transplant 2002; 17: 112-117.

(8) UK 2008 Renal Registry Report

(9) Fenton SSA, Schaubel DE, Desmeules M et al.Hemodialysis versus peritoneal dialysis: a comparison of adjusted mortality rates. Am J Kidney Dis 1997; 30: 334-342

(10) Dutch Dialysis Registry Report 2007

(11) Maier A, Stocks F, Pommer W et al. Hemodialysis versus peritoneal dialysis: a case control study of survival in patients with chronic kidney disease stage 5. Ther Apher and Dial 2009; 13(3): 199-204.

(12) UK 2008 Renal Registry Report

(13) Fenton SSA, Schaubel DE, Desmeules M et al.Hemodialysis versus peritoneal dialysis: a comparison of adjusted mortality rates. Am J Kidney Dis 1997; 30: 334-342

(14) Dutch Dialysis Registry Report 2007

(15) Heaf JG, Lokkegaard H, Madsen M. Initial survival advantage of peritoneal dialysis relative to haemodialysis. Nephrol Dial Transplant 2002; 17: 112-117.

(16) Heaf JG, Lokkegaard H, Madsen M. Initial survival advantage of peritoneal dialysis relative to haemodialysis. Nephrol Dial Transplant 2002; 17: 112-117.

(17) Vonesh et al: Kidney International (66): 2389-2401, 2004

(18) Koch M., Kohnle M., Trapp R., Haastert B., Rump L.C., Aker S. Comparable outcome of acute unplanned peritoneal dialysis and haemodialysis. Nephrol Dial Transplant (2011)0 : 1-6.

(19) Data in file (abstract to be submitted at ERA-EDTA)

(20) Cleemput I, Beguin C, de la Kethule Y et al.Organisation et financement de la dialyse chronique en Belgique. Health Technology Assessment (HTA). Bruxelles Centre federal d'expertise des soins de sante (KCE) 2010. KCE Reports 124B

(21) Polkinghorne, K. R. et al. J Am Soc Nephrol 2004;15:477-486

(22) Ponce et al Nephron 2007; 107; 133-8

(23) USRDS Relatório de 2008

(24) Mendelssohn et al (2009). Renal replacement therapy NDT

Informação cedida por:Baxter Médico Farmacêutica Lda,

Sintra Business Park

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Ref. Baxter PT: 103/12; Data Ref. Baxter PT 10/2012

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