Doenças mentais
Em Portugal a prevalência ao longo da vida de perturbações psiquiátricas é estimada em cerca de 30 por cento e calcula-se que a prevalência de doenças graves seja de 12 por cento. Nos últimos anos, um em cada cinco portugueses terá sofrido de uma doença psiquiátrica (23 por cento) e quase metade (43 por cento) já teve uma destas perturbações durante a vida.
As doenças mentais e comportamentais mais comuns são as perturbações da ansiedade, com prevalência ao longo da vida de 16,5 por cento e estima-se que 3,2 por cento dos casos sejam graves. De entre perturbações de ansiedade as fobias a situações específicas são as mais comuns, com prevalência de 8,6 por cento, seguidas da perturbação obsessivo-compulsiva (4,4 por cento). As depressões atingem 8 por cento do total das doenças mentais.
Em 2003, os resultados do Eurobarometer mostravam que, Portugal era o terceiro dos quinze países da União Europeia, com mais casos de morbilidade psiquiátrica na população geral. No entanto, aquele observatório referiu que Portugal se encontrava no primeiro lugar do ranking da morbilidade psiquiátrica na população feminina com idade igual ou superior a 45 anos.
A avaliação dos resultados do Plano Nacional de Saúde 2004-2010 que evidenciou uma evolução muito positiva para muitos indicadores de saúde em Portugal, também revelou que era no âmbito da Saúde Mental que algumas das metas propostas não foram alcançadas, concluindo que as doenças e perturbações mentais e comportamentais deveriam merecer uma particular atenção do Estado, dos profissionais de saúde e da comunidade. No âmbito da saúde mental e das metas que não foram alcançadas destacam-se o consumo de álcool, o suicídio e o consumo de anti-depressivos.
Em Portugal o consumo de álcool persiste como um importante problema de Saúde Pública. Embora o seu consumo tenha diminuído per capita, estima-se que a meta de 10 litros por pessoa por ano proposta no Plano Nacional de Saúde não terá sido atingida em 2010.
Em Portugal a mortalidade por suicídio mantém-se em valores elevados, embora dos mais baixos observados nos países da Europa dos 15. A taxa de mortalidade padronizada em indivíduos não idosos residentes em Portugal Continental manteve até 2006 uma tendência decrescente, mas a partir de então verificou-se um ligeiro acréscimo atingindo os 5,7/100 000, em 2008, um valor muito acima da meta proposta para 2010. A mortalidade por suicídio tem maior expressão no sexo masculino e nas regiões do Sul do País.
Quanto ao consumo de antidepressivos em ambulatório, no mercado do SNS, verificou-se um aumento de 18,6 por cento, entre 2005 e 2007, sendo que foi nas regiões do Centro e do Sul do País que se registou um maior consumo de benzodiazepinas. A evolução do consumo de antidepressivos no contexto dos países da OCDE de 2000 a 2005, na sua generalidade, registou um aumento de consumo. Portugal assume uma posição intermédia no respectivo ranking.
Figura 1. Taxa de mortalidade padronizada por suicídio antes dos 65 anos / 100 000 habitantes.
Figura 2 - Evolução do Consumo de Antidepressivos no contexto dos países da OCDE (2000 - 2005)