XXI Congresso Nacional de Medicina Interna

Hipertensão mal controlada e mortes por AVC preocupam internistas portugueses

Muitos hipertensos mal controlados e uma elevada taxa de mortalidade e morbilidade provocada por AVC em Portugal são as principais conclusões de dois estudos que serão apresentados no segundo dia do XXI Congresso Nacional de Medicina Interna, um dos maiores eventos de formação clínica realizados em Portugal que termina no dia 31 de maio.

Um estudo epidemiológico sobre hipertensão realizado em 2013 junto de 2,639 milhões de portugueses com idade ≥ 18 anos (58,1% de mulheres) pelo Departamento de Qualidade e Programa Nacional das Doenças Cérebro-Cardiovasculares da Direção-Geral da Saúde e pelo Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) comprova a necessidade de um maior melhor acompanhamento dos doentes hipertensos no nosso país. O controlo adequado da hipertensão arterial foi encontrado em somente 33% da amostra estudada.

O AVC é também motivo de preocupação para os internistas portugueses. Um estudo sobre a epidemiologia desta doença em Portugal demonstra que esta causa de morte ainda é particularmente expressiva quando comparada com outros países da Europa, embora se registem ganhos significativos nas últimas décadas. O envelhecimento demográfico combinado com uma eventual transição relativa entre as dimensões morbilidade e mortalidade proporcionam uma mudança no paradigma de saúde pública.

Os especialistas presentes terão também oportunidade de atualizar os seus conhecimentos na área das doenças autoimunes, diabetes, VIH e hepatite C, algumas das doenças mais prevalentes em Portugal e que são acompanhadas pelos internistas. O flagelo das infeções hospitalares, os cuidados paliativos e a importância da promoção da investigação médica serão também temas em destaque neste segundo dia de trabalhos.

“Os Elos da Medicina Interna” foi o tema escolhido para este congresso. A ideia dos elos remete posição nuclear no hospital que a Medicina Interna ocupa enquanto especialidade que coordena e articula a intervenção das outras, a sua capacidade de agregar outras áreas do saber, lembrando também a importância de reforçar os elos com parceiros como as associações de doentes, os clínicos gerais e a academia.

Fonte: 
Guesswhat
Nota: 
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